sábado, 31 de março de 2018

Soneto, n.385(Antífona Bruêra. Para Larissa Gusmão)

Cemitérios andam redôntchos,
soltarando foguetes porque meninas ossudas
desencordoam árvores minerálias
do sangue exposto em praça na gomôrra

Antiga, e ninguém sabe se é Hora e
se a tabacaria grita desde o ventre 
seus bandolins, e a música do espaço
anda nos olhos do cavalo mecânico -Noite

de lanças e estandarte azul sobre teu Dorso,
arcadas nuas e Rochérias, artesanato 
do infinito_________ mar passaréla sacudindo 
sua Bruêra de mortos, galeorões condenados

a servir de minueto na escadaria dos Séculos,
bicho nervoso, BOI: descomedido na Enchente.


**(Bruêra: Feixe)**

domingo, 25 de março de 2018

Soneto n.384( Para Luciana Moreira e Robson Medeiros )

No fluido aceiro dela Vida
o mistério do fim do homem Apêia
da charrete, pra dar de-Comê às hortênsias,
bicar estátuas de pano.

O curso da tempestade vem com manual 
em maxacáli, e os trens a levam Depois,
assim lavanda pelos narizes gigantescos
e o dia mal Cabado em nascer que vai pro
mar enquanto jangadeiro retorna
dando graças a Deus - sobreviveu aos pés-de-vento
e às águas achincalhando na língua do Pê,
mas hoje vem no jornal que os namorados têm

COR________ principalmente não nasci em Itabira,
mas Acendo o espírito da Vida.


**(OBS: construído segundo a forma 4/8/2)**

domingo, 18 de março de 2018

Estudo para um Ritual(Soneto, n.383. Para Caleb Baltazar)

Esta manhã um búrio de rio, enquanto árvores 
sacodem o sono dos braços______ novamente erInfância
no rostéu do mundo. Pássaro de quatro folhas 
telefonóra ao outro lado da mata__________

curupira êh-lá Vem, pacientemente 
refazerendo pirâmides: os treze ciclopes 
continuarão no ramerrão do sono(até que do Oriente 
se enxuguem as águas do Eufrates). No mesmo rio

ingazeiro Cacúndeo não cansa de lavar as Fuças
enquanto anjos elétricos me lembram o Hóspede 
ainda fora das Cinco Salas dos homens, e
lá vem Chêro - de ribombéu-Temporal___________

AI desses fribundos instúpeidos, tão Sós,
e SEM azeite nas cinquenta lâmpadas.

Estudo-Memória em forma de Soneto(n.382. Com uma pitada de Clube da Esquina. Para Mário de Andrade. Para Manuel Bandeira. Dedicado a Luciana Moraes)

Chove? Há tempos no largo de São Bento
foi 1920 - e mais uns Lérios de troco:
o seringueiro acreano, os índios Parecis
só à espera das Iluminações__________

então se abriu na Esquina a lateral janela,
eis o profeta com pouca gente pouca gente pouca
geeente passando no trem de ferro,
e o vento era 'ssobío no Canaviá...

Chove? Lá - desde a casa da Lopes Chaves
rabisco de sol cortando chuvisco ao Meio,
por Isto os girassóis seguem cantando AMARELO,
arvoreções Incontáveis_________

adonde as Múcias, e os cavalinhos Azuis: prequeteús
de também Lôas ao tísico, morador do Curvêlo.



Soneto, n.381(Mais Visões de São Mármaro. Pra irmãzinha Jéssica Campos)

É só o começo, esta ranhência intumescente
no espinhaço_______ olhei e vi cavalo e cavaleiro 
e nas cinquenta mãos muitas balanças
e a malta de Brasília engoliscendo

as últimas sonhícies delas crianças e peixes,
e os pais transmudescidos em pedra 
pra enfeitar a frente do Planalto.
Perdido o braço e o Resto de Marielle
o efó do pé-de-flor também ranhíu-se em
brita feito um coreto que nunca mais a banda 
ouviu... é só o começo e os beleléus ei vão 
mostrando as picas que o Zé-Chifre passa

em revista________ eu vi cavalo e cavaleiro 
masgaiando Inteiro este planeta-Navio.


**(OBS:construído segundo a forma 4/8/2)**

Sinfonieta em forma de Soneto(n.380)

A casa das elísias e Infâncias 
agora aperta sobre o cabelo das árvores 
seu grão-Baraço, em forma 
de cavalanos Maciços__________

o galopêio mondronganêa pelo esporão dos
noticiários, pulga de aço Inexorável:
um último anjo recolhe as mesas
onde homens só-Olhos apostavam cús
já que "amanhãs" eram 'néis de vidro
e a morte da bezerra andava à Bérra -
sete mulheres de Ló virando estátuas 
e o sal do mundo novo pintalgado

com Sangue_______ É só o começo 
deles pianos e centauróides em Fuga.


**(OBS: construído segundo a forma 4/8/2) **

domingo, 11 de março de 2018

Estudo pra uma Elegia(Versão soneto, n.379. À memória de Victor Heringer)

Tarde avança Ranhências e troperéus
cada vez mundo Menos______ manhãs ainda 
parto dos oboés, a gente Canseia,
catedrais de Silêncios e ouvidos -

que só nos ouvem as palavras. O sol
não vai trazer de volta Amarildo
nem que vivêssemos cem anos,
coisa ou poeta Inimportam, neste interlúnio_________

o que chamaram "céu" não vale
um Rór de cerveja, próprio som da chuva 
envelheceu, árvores desaprenderam
a chorambar pelos homens_________

tarde avança Ranhências, os corações 
cansaram como mendigos Verdadeiros.

terça-feira, 6 de março de 2018

Soneto, n.378(Mais Visões de São Mármaro. Dedicado ao Caleb Baltazar)

Insônia Púrpura em meio à pândega
dos homens-Coisa, meu corpo saaangra
enquanto dona misemiSéria
encarraRanca a Barafunda nacional________

há falta de pessoas-Aves que exorcirizem
os bungos e boitatás valhacoutados
nas Cinco Salas e mais vitrais Estralhados
sem visgo de alabastro ou de canários-da-terra,
elas cambadas num cada vez Labirinto 
de minotauros preparandando Estrovengas:
os beleléus resultantes racharam o teto do céu 
num 'ranca-Rabo de a vida escapulir 

entre os bantós e eles dedos: olha a fanfarra 
a caprichar nos dobres de Finados.


**(OBS:construído segundo a forma 4/8/2)**

sábado, 3 de março de 2018

Estudo de soneto-Piada(n.377. À memória de Oswald de Andrade. Para Luciana Moraes)

O barão da Taquara era tããão grande
que ainda hoje tem gente chegando 
na terra dele. Foi desse jeito:
nas Antiguanças eram os índios

que moravam nela, junto dos jacarés.
Os índios achavam eles enooormes
e cheios de dentes - mas
os jantavam assim Mesmo.

Depois vieram os portugueses 
e Jantaaaram os índios, inda usaram os jacarés 
pra palitar os dentes. E balalões mui Depois
veio por Fim seu barão________

Zurrambada sentou Cipó desdantão
no cacundéu pau-Brasil - ôôô que Zoina!!!


Soneto Encoberto(n.376. À memória de Fernando Pessoa)

Cada palmeira da estrada 
são pespontos onde ancora a Barca,
e o luar Castrou todas as flores,
alma de outras assírias...

Frente ao porto esboroa-Se a cidade -
ânfora de cinzas, catedrais... o Pasmo azul
é todo o mês de abril, e as horas-Findas
deltas em/neles Outonos... através de árvores 
sentidas ao ouvido, muitas léguas de sombra...
e sempre Chove nela Sombra esperiamente -
e tão suave a brisa a enternecer ela tarde 
que não Torna!_______ que importam sedas,

se a Hora pel'alameda arrasta os mortos
de ontem-Sóis que agora em pedra Gorgorejam...


**(OBS: construído segundo a forma 4/8/2)**