quarta-feira, 26 de julho de 2017

Soneto, n.258(Para Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Aqui rondamos ela figueira estéril -
de empós o Hóspede manguar-lhe nas fuças
um só cartão Verermêlho: não mais buzinas
saracoteiam na avenida estiolada.

No céu tresmalham ranchos de nuvens
como ovelhas que não têm pastor:
um vento de estranhura e Nódoa
faz tropeçar a migração dos cavalos 

enquanto - bêbado - Tirésias-Cego perora
"como pode ser feliz o que não é morto??"
e seu reclame sobe num tatalo de unhas
os quase cem degraus do Selarón________

rio que já não suporta caixotes,
garrafas vazias, fósseis de cabeças de peixe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário