quinta-feira, 27 de julho de 2017

Soneto, n. 264

Eu sou como um perfume
que um vento chato a noite inteira 
atordoa, e o ritmo em que gemo
não mais ensina sílabas 

à primavera. Também às febres
alargoronho dez pulsos, chuvas guardadas
por anos em meus cadernos de música,
ondina dança que sapateia, Macrônoa.

Funxões de ouro puxam-Me aromas
que cerram punhos e zombam
dos zéfiros - mesmo eles sendo
um escroto boi boi boi da cara-preta_________

os Três me lembram que apesar de Tudo
ainda há dentes de cristal pelas amendoeiras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário