sábado, 29 de julho de 2017

Soneto, n.303(A Luciana Moraes)

Entonces bora! - que é tempo 
de entalhes-Cântaro sobre frontérias em
prata: olhos em catavento, mãos 
tão mestras na Secúlea pedra que apara

as águas do ribeirão, e Rente
aquele ipê quase tão véi-de-Mundo,
roxura que igual não brilha
em nória de légua e meia:

um vulto encontra outro na ladeira perto,
o curupira o saci se dão boanoite
e seguem montando mulas-sem-cabeça
nas entrelinhas onde o relógio não manda_________

vambora entonces! - almas livremente encarceradas -
livres, como só os doidos e os poetas.

Soneto, n.302(Sonho de São Mármaro na primeira noite do inverno de 2017)

O filme era sobre céus de Valongos
e carnavais de amendoins mal-passados
numa gordura sabente a raquíticos
esperantófilos_________

você rejeita o forde da fazenda na porteira,
e com o tempo até o licor de tiquira
sabe a mato queimado: as incelenças
nunca andaram tanto nas ruas

como agora em que não há deus
fora das carteiras - gente boleia nhandús
e nenhuma gota sai das torneiras, que nem
Amarildo, que não sai do Sumiço_________

o filme encerra com as casas fugindo,
levantando as saias e cuspindo gente.

Soneto, n.301(À memória de Mário de Sá-Carneiro, com o pensamento em seu poema "Rodopio")

Enquanto aqui mem-de-sá
mundão descabeeela num chuvarão,
dentrão da cachola passeiam -
em rodopios, novelos -

falsetes e serpentinas, zabumbas sambas
lunários, virgens santíssimas, coros,
matusaléns camaradas, caíns de papo
amarelo, fanfarras, mórias, cagarras_________

iaiás fruta-pão mais Castanhas,
uiratis sobre os costados
do último gigante Beleléu
jogando caxangá junto do Jó_________

pru címa do bolo o marechal delegado,
levando pai francisco pra cadeia. 

Soneto, 300( Para Luciana Moraes)

Um velho - de batas longas e barba
proclama à malta(atenta), que no 607
se ensardinha no rush, rumo
do Estácio:

"minino que joga papel no chããão
também divíía fazer pipí na caaamaa!!" -
ele diz, enquanto a malta
sacode os ossários em maré sem precisar

de lua_________lá fora CHOOOVE -
cá dentro(Inadianta a bruta flor do querer)
suores Peganham-se, passeiam
entre os espinhaços enquanto o velho apostrofa_________

era o Gentileza(!!) - e o xisnove? - um jornal
perdido numa bíblia hebraica do meu pai.

Soneto, n.299(Homilia de São Mármaro)

Ó vós nascidos neste século Andúrio:
pra que diachos acumulais reco-recos
feitos de petróleo e piche
e fazeis pelos muros Anoitecer 

canduras de floridões, com escadércias
e dólares? - tendes trancado há Muito
em vossos sótãos a Luz dela
palavrAntiga, persistirindo

em ensinar crianças a brincalhar com armas 
de massivo Furdunço, sois madalenas e eustáquios
viramundando chafúrdios no espólio Troncho
dos anjos derrencaídos_________

olhai pra Riba, 'tão lá três águias, seus putos,
trazendo as cânhas do Fim - Cabamundo.

Soneto, n.298

Eu sou da raça do Eterno,
mesmo quando elas nuvens 
fazem banzo de cara Feia, e camboronam
chuva com molho de trombones__________

através delas franjas
das vestimentas do tempo
os cubos-Kubrick são des-sanscristados
e sou de-Novo um curumim no sul da Bahia 

enquanto querpentes fazem greve no Egito,
e faraó mastiga cabeças de chefes:
menino vai buscar um tasco de banana
pra eu acender o charuto_________

Villa-Lobós destorce nas pirambas a Sinfonia:
eu SOU, tu és, nós somos - dela raça do Eterno.

Soneto, n.297(Para Carolis Vaez)

Sentado à mesa 16, hora 18 e blaus,
rua silva cardoso bairro de Bangu.
Carolis passou voando num cogumelo amarelo
e ele falava um inglês 

danado di bão. De melãozão capelinha
e mais de copas na cartola(do mágico):
aquele balãozim de papel
o que custou arranjar!________página tal,

obras completas do Bandeira - Carolis passa,
de novo, o cogumelo é submarino e ela me grita
pra eu olhar de novo o papelzíím
pregado na geladeira________

amanhã levar madressilvas, dar uma espanada
na GRAVE da Eleanor Rigby.

Soneto, n.296(Para Alice Sant'Anna)

Faz tempo, quase dez anos. Eu 'manhecia
pra poesia. Li no segundo caderno do JB
sobre uma menina
que falava na rua

dos bacalhoeiros. E tinham - ain ain,
ain ain mha senhor!! - andorinhas(!) e
absolutamente não importa 
se eram Curtas. Ca - lu - da,

Mário de Andrade!!
O que interessa 
(pra Mim pelo menos)
são duas coisas__________

1) elas Voavam.
2) havia uns Olhos de menina Vendo.

Dona Vidina(Soneto, n.295, à memória de João do Rio e Noel Rosa)

Dia-chão - boa tarde, dona Vidina:
estas lâmpadas dissolvem muros,
flechas do santo
no lunário do dia(perdão, dia visto

no lunário). Aluguel venceu, eu sei, acontece 
que o garçom do buteco não me emprestou
nada, ele também devendo
até as pregas do cu.

Palavra, dona Vidina, eu tou muito
de pião nas rodalhas, agora dei
pra aulas de fagote a módico preço
no trem santa cruz indo pra cidade________

diacho grande, EU SEEEI: prometo ao menos
não por a culpa no santo.

Soneto, n.294(Pro Marcelo Reis de Mello)

Tardélia, aqui no quase Arpoador -
solaranca despedaça as nuvens,
dessombras mínimas, minialmófaras
pra querubins bem retchôntchos_________

mas essa política - emaranhado de Farpadarames
que não me Larga!! - Neste momento 
Brasília pare - Coêlha - 
atrocítizes sobre atrocítizes

de poerentes, luar no céu 
não tem aparecido nem prum mísero 
poema - candonga Séria, gramacho
anda xanxando por Tudo___________

o que faz dessa tardélia um foganzéu d'Incelenças E:
não sobra ninguém pra chorar quem Foi-se.

Soneto assim banzúrio de Estudo("São Mármaro Profetinzente", n.293. Pro Hugo Stutz)

Hoje é sábado. Drumingo amanhã -
a onda espadarana na areia. Com
muchas gravatas a mais, isso o nariz enxerga e
a globeleza do tempo me agarantchín_________

cinza bom pra recordar Federico
e o dia em que a poesia - masgaiada -
entre dois canos compridos se evadiu,
manchando a terra

com sangre. Conheço - diz o profeta -
conheço pela raiz este Fundo 
e cada poente é uma peixêra que DÓI
no outrora branco lençol________

eu vi o grande Dragão. Tem 'splendor, uma ferrari,
fala muy bien. E tome THÁNATOS! - goerélia Abaixo.

Soneto dos corvos(n.292)

Num córdio onde por por multitempos a cantoria
é só neve - o que se diz?
Que é um laaargo campo com
asas de corvo escancaradamente_________

e não há Não ness'alma voltêêêio,
que o mato irrompe no gradeado
das ruas e cheio de pernas escala 
todasescarpas até chegar nos focinhês

da alma putrescida em meio
aos Ventos, e você perde mais que apenas
o sono - viagem, mas sem caminho
(sumiram com as bússolas das prateleiras)

e o que se Diz? Em roda por cima dos trigos
macarena dos Corvos.

Soneto, n.291

Daí que esse escabéchio a que chamam "vida"
é Isto - tanto de andorinhas aprendizes,
mussuês-Vaquejadas nos sertorões camborós
e catedrais pelo mar Deglutidas__________

a gente quando é eu e quando é o outro 
não teréim ponte: jazz sanscristíceos
que a goela do mundo engole, tijolos 
em forma e peso de jequitibá,

giramã longitária a roda Enorme
desse mundão Disigual,
beira-mar de edifícios onde o Resumo
é denso denso denso cantochão__________

na areia dela praia Oscar não risca
mais projeto Nenhum.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Estudo Truncário(Soneto, n.290)

Quando "hey!" por Mim________
vida me pegou pelas crinas, e foi
galpão bem comprido, gruta
Treverescente

campo de sanfonas desafinadas
a perderê dela Vista... saía dela(vida)
um canguê de amolengar
gente doida________

olhei: no céu um NIENTE mei-dia
zucrinejando juízo - que já de fábrica
trouxe nos sótãos 
uns macaquins a Mais________

quando "hey!" por Mim o samba
era Outro - e nunca mais Rua Paulo.

Soneto, n.289(Pça Saens Peña 1933. Pro Hugo Stutz)

Então era um tempo de Flor nos asfalto':
manhãs roseavam e não era metano 
ali na praça saens peña -
os anjorões viviam de Frozô

Jogando sinuca em cima do Palheta -
nos morros em volta eram só lavadeiras
e mamunguérios decorando samba 
pro carnaval seguirinte_________

o pessoal tomava café com banana frita 
e saía com a boca sem lavar
compor o cacho humano
dos bondes________

vai me dizer que Esse tempo 
não era de Flô nos asfalto'??

Soneto, n.288

 Dispois da fuga del-Rey
nada foi certo - inda agorinha
passou ganzá das árvores bêbadas
gritando viva a república__________

mas gentes, num vê
o incêndio do outro lado da praça 
queimando tudo inclusive 
o corpo do Alferes recém-'Forcado??

Pois é ninguém não viu de também 
as enguias nos porões do homem -
venenosíssimas - Tirésias nem saiu
do santos dumont, voltou pra dentro do avião__________

não é preciso ter olhos pra ver Turumba
depois da fuga del-Rey.

Soneto do Castelo(n.287. À memória de Manuel Bandeira. Pra Mindinzinha Luciana)

Eu recomendo o curta
"Manuel Bandeira o poeta do Castelo" -
cena de abertura é Primorenta,
ele comprando leite de manhã 

e por fundo a Bachiana Brasileira 
número 1 do Villa-Lobos. E tem 
um papelucho no chão,
que o vento avoa entre os violoncelos 

da música. Bandeira de empós aparece
fervendo o leite e pondo um pão 
pra torrar. Enquanto isso declama "não faço
versos de guerra, não faço porque não Sei"_________

Deus me faça tomar café na janela 
bem assim que Nem ele.

Soneto, n.286(Um domingo de abril, 2006. Lembrando minhas caminhadas nos domingos à tarde, quando trabalhava como pianista na igreja Fé para Todos, ali zona norte. À memória de Pixinguinha, ele também um grande apreciador d'uns chopínzis)

Distraído, seguia à pé 
os estômagos do Rio - e eram
umas quatro da tarde 
à solta entre Olaria e Ramos

ali neiborhúd
da casa onde morou Pixinguinha,
e a simples visão da casa e
saber que morou nela

QUEM morou nela
explica porque ainda mundo
não se ACABUUM______este sem dúvida 
achismo que merece uns Chopes_________

obrigação 
religiosamente cumprida.

Soneto, n.285

Ainda sobre serpentes e adagas,
meu corpo é Barco: feito de barro
e de mulheres - meus ovos, parte de Baixo,
são tenentes do diabo-Véi________

Inadiaaantam
as ranchas de prata e as ganzálias,
poemas pra lua saem aos guinchos
como até hoje os trens pra Guapimirim

são Rúins. Na areia dela praia
Oscar não risca projeto, e o mar
é louco e a música segue em Surdina
sob o céu da sexta-feira molhada________

vigor dessa febre suave, entre as hortênsias:
ainda aboio portas que ninguém Vê.

Soneto, n.284(Para o Sergio Cohn)

À beira - o mar está ali, faz pouco 
é meia noite em frágeis edifícios de areia,
saudade do que foi
e é morto_________

"mar" e "morto" são palavras Irmãs -
tresponteiam o mesmo trilho
de profundura e grano-duro Esquecimento,
sal que elas janelas acumulam

desfaz as torres e os jardins e os lagos
do que era Fúlgido e estava
em minhas mãos - o próprio mundo
era um grande vinte e sete de setembro__________

agora o mar Ali, à beira: meus dôrois pés
são treze de dezembro, sessenta e oito.

Soneto, n.283

A noite é mesmo Prênhere
nos cêntimes olhos loucos. Serpentes 
e adagas sobram, e são 
toda mulher nua que vejo.

O casamento do céu 
é uma bocha desregrenhada
em cuja pista de terra uns velhos
mareiam...mareiam, Sós.

Entre a núvia encantalhada um passo errante,
própria terra é Perneta, confira os bolsos:
não adiantam serafins de seis olhos
pra comprar um quilo de feijão_________

e toda crença é Crepúscula
na tristerência de umas rezas...

Soneto, n.282(À memória do pr. Manuel Avelino de Souza)

"Disse Jesus: 'ide por todo o mundo'/e pregai o eterno dom/da salvação que com amor profundo/dá o Deus - gracioso e Bom"(Manuel Avelino de Souza)

O Hóspede disse: ide e pregai,
Fazei discípulos, não se acendeia
a luz pra não ficar de guarda 
na candeia, e tal lumeio são os OLHOS________

luzeiro de tudo, já nascirido e
plantado. Todo um corpário andará,
'taneiramente, se a treva
for emboaba Esquecida.

Que fazem os homens? Amboloraram,
trucêram, malversejaram
a Palavrantiga, e Ainda de sobremesa
queimaram gente nos postes________

como eu disse nas "Acontecências", paciência 
do Senhor é FINDA.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Soneto, n.281(Ao rio São Francisco)

Tem velho chico que 'guente
esse oceano de despojêra homínida
que todo dia todo dia todo dia todo dia????
Tanto aguandéu merdencento

que o santo há muito nem chora
mais, conta nos dedos o que falta
pro Finisterra Ubicúndio, rançó
que nem as baganas do São Raul conseguem 

mais Acalmar, caos agora 
é pássaro Súbito, e nem as horas 
o navegam Mais - os tais dois buracos 
no corpo do "menino de sua mãe"_________

jaz morto,
e Arrefece.

Soneto, n.280(À minha querida Mãe, in memoriam)

Tinha meus onze anos
quando li "Os meninos da rua
Paulo". E foi: disbraguê,
manguacéu, canjinana

de nunca mais volta-Atrás.
Frêmito assim desembêsto de potro,
foz de anália indo a Maracangalha
sem ninguém Chamar________

foi tão... Corpo, e tão 
teernuuura ao mesmo tempo,
e tanto de tanto Tanto,
que minha mãe achou de falar

"...isso é que nem cheiro de dama-da-noite,
que não se enxerga mas tá ALI".

Soneto, n.279

O tempo de cópulas que geram árvores 
não vem mais no jornal_____novembros
andam fazendo barulho,
e o Mar levou meus Inícios.

A moça camalalô
foi no mato colhê fruta, pegaram ela
subiram a rua barão na praça seca
e mais de trinta engravidô.

VREMÊLHO!! -
se dirramando no cinza,
mistura farta
nos Apocalismos_________

porque depois dia Vem, gente Isquece
e embrulha a tilápia com o jornal.

Soneto, n.278(Fabulirinha. A Luciana Moraes)

Era uma vez Bordelêu:
Escrevinhava os discursos do rei de copas
em tudo que era comício,
mas o vento da aurora

andava era NUNCA aparecente. 
Bordeleú bem que via
cinco horas neles relógios Todos
e os mortos enterrados sem sapatos,

dona Esperândia sempre no reino
da Carochinha, até não sobrar mais Nada
no jardim. Mas o rei disse "mexe no dial meu filho,
ainda temos as cantoras do rádio!!"_________

foi Anaconda: Bordéleu cabou Lelé
e antes deu um tiro no quengo.

Soneto, n.277(Itararando)

"Se desgraça é DIA, garçom mais um chope!!"(Possível glosa do Barão de Itararé)

Tempo perdido os Afobêios -
no renque da noite mais destrurcida
todos cauãs do Capeta evém de efó
guadampudo, e nada fica, nem nele pasto

nem nos saltérios, os postemínidas revisararam
os originais das bachianas brasileiras
à cata de pelo em ovo. Desço pro térreo
e na pres. Vargas desfilam indômitas

cobras de papo amarelo, e o vermelho dos
periférios vai cada vez engordarando Caronte
com gente jovem, descalça, morta -
disgrâma ondula em mar Alto

e se afobar é perda de tempo____ bora
'ntornar umas bêra???





Esboçondró Carvoêro(Soneto, n.276)

Entonces 'quela trilha revisitada:
a vida - Apórea - boiandescomedidamente
assim que nem Tarumã,
dia d'ontem que passaFoi________

embaixo ó galho dela imbuíra qualquer 
um triste caiporupã dedilha num corne inglês 
os últimos requiens do jornal,
marulham dentes em mais concreta 

mutúndia, a lembrarar que amanhãs
também já foram,
paz que os homínidas veneraram
por um ano Apenas________

que o fim-Mór é Chuuuva,
corcoveando que nem cavalo amarelo.

Soneto, n.275(Outoninvérnio)

"Depressa!" - o pássaro disse, fugindo
com as árvores restantes no bico,
porque os homens esqueceram as búlicas
e as outras bolas-de-meia

da Infância______ninguém repara
nos pés de barro-Codó que as fontes 
trauteiam, como se fossem mesmo 
seda em pescocê de lorde.

Máquinas parem edifícios 
como ostras em grupos de dez
e sobram sânscritos de ferro
nos berços de crianças-Ontem,

o sol de quase dezembro já quase 
não malungueia mais Ninguém...

Soneto, n.274(À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Cinco ou seis gralhas parelhilharam
assim nos ombros mei murchos
do profeta redondo - EU, claro,
e o sucesso que andesperavam

é conversa de lavadeiras no Estácio
em 1919. Quem vai me ouvir 
se eu do alto do barranco gritar 
"ai como tarda essa desincorporação!!"? -

Desci do mastro onde em mim-Mesmo 
quedava embandeirado, por horas-Sírias 
quando a Síria era o inspetor de quarteirão,
eu ébrio de manhãs e de imprevistos...

hoje todeles dias são dias de esperar 
os galeões, trazendo elas princesas que morreram...

Soneto, n.273(À cidade de Mariana-MG)

Som morto, nas águas mansas:
samarco em surdiríneos conluios,
e Mariana agora anda exportando 
um despautério em rede nacional________

aqui na beira do rio tem iara
mais Não...
é mas porém da caserna dum corpo
que a gente estende à pátria 

o cordisbêu da Vergonha...
como aquele soldado, meninoleiro de sua mãe -
também jaz morto, e arrefece -
e já não servem Ambos________

nas águas mansas som Morto, Descomedido
esse boizão dos Infernos...

Soneto, n.272

"Todo charlatão é um perigo
pro Universo"(Possível máxima de sir Isaac Newton)

Achei num jornal(já beeem malerélio)
tirinha do Hagar:
o pato de estimação o leva
à força prum curandô.

O tal pajélio sacode o pinto,
cascava uns impropérios runítivos,
lasqueia: "pobremalhão é o siguinte,
espiritites sazonelais

causadas por más candongas
e encostos". Trauteia uns biríco,
fecha numa garrafinha, entrega:
"são quinhentas pratas".________

mal saíram e o pato: "QVAACK!!" - e
o Hagar: " cê tem TODA razão".

Soneto, n.271(Para Carolis Vaez)

Jacarepaguá sete de junho. Derrepêntesis
Carolamiga sincopereia um forró 
montada num cogumelo gigante,
janela das Reticências 

e eu lembro que também já guardei rebanhos
e que hoje à tarde o céu diz cores de 
calma - bem por enquanto 
o riachim d'água esperta levou pra longe

o submarino amarelo e todos os tenentes mafaldo
com suas botas pretas e dentários góbelins.
Lembro que devo ao Heyk
um requiem para Bobby Fischer que borobó

make Sense: não dá pra limpar o sótão 
sem às vezes brigar com os macaquinhos.

Soneto, n.270("Ironicildo")

Entonces ê vai receita: um baile 
de mil carélias, não esquecer
a placa "for all"
na entrada________

o mundo inteiro
vai sacudir esqueletos,
ALGUM PAÍS tinha
que pensar Nisso... por isso

cabo Machado anda maxixe, marchando
em cinco por quatro,
sincopado... país
que segue_______

todo pimpão - recomendando
seriamente o arbitramento...

Soneto, n.269(Para Luciana Moraes)

Pastor em causa
de Nuvens_________por isto mesmo
a planta mais Taluda
nele jardim.

Eu sei que as mãos 
quedam quebradas 
um dia - Irinimporta,
escrevinharam

FOLIAS. Meus zóio -
um poço d'água Minante
semanáradas e eras a
fio?_______ mas fiz

barquinhos de brinquedo, FIZ! - e
a morte pode ir tomar no cu.

Soneto, n.268

Certa voz na noite, ruivamente
androuce um pássaro estranho,
assim Pratente, mas vestido 
em bacaxêra africana:

era talvez a ponte do meu rastro
achado enfim, desque ciganos 
disseram pro meu pai que o neto dele
só nasceria em Macondo,

e também-Brém terminaria 
sugado pra dentro do livro
como tudo em Volta, estranho terno
que a morte sacudiu do armário________

uma pena mesmo, inda que a morte
seja ela mesma instalação Provisória.

Soneto, n.267(Estudo sobre um recorte de jornal)

Olho o morro: de novo
o teleférico não saiu do chão,
e a paz(eu penso)
é velha rainha Sequinha,

encarquilhada como papel
de empós estágio na bunda. Federentina
que há muito esfrega a caraça
na cara de nossas portas.

Em cima da Providência
dragões cuspeiam fogo
no terminal(os orixás
nos acudam!!)________

olho os futuros: NENHUM 
acaba em princesa Nua...

Soneto, n.266(Composição Estendida, baseada em poema do Livro das Acontecências)

Numa bandeja 'castoada em prata
insônia de Salomé
e as naves
da catedral Submersa_________

no carcerério o Jão Batista aguarda,
um copo de aluá por entre os dedos:
pensando já oceanos 
de pátios e cremalhões

arroxeados pela manhã 
de outro planeta.
A voz-Estátua é núncio
dos corvos extraordinários_________

os tempos brincam de vestir futuro, mas...
nem sempre acertam elas búlicas.

Soneto, n.265(A Luciana Moraes, Mindinzinha)

Voante e leve
ela sombra do
pássaro - convite 
a que levante Horizontes

sobre oceanos. Eu sei:
há silêncios à espreita 
nos corredores, raiz(talvez)
de renitência ou ferrugem.

Então CANTAAAR! - 
mesmo entre rezas e joelhos rotos
subindo andêras de pedra. As asas -
há que Acendê-las__________

pois, inda que frágil 
ele arco-Íris é chão, dela Estrada.

Soneto, n. 264

Eu sou como um perfume
que um vento chato a noite inteira 
atordoa, e o ritmo em que gemo
não mais ensina sílabas 

à primavera. Também às febres
alargoronho dez pulsos, chuvas guardadas
por anos em meus cadernos de música,
ondina dança que sapateia, Macrônoa.

Funxões de ouro puxam-Me aromas
que cerram punhos e zombam
dos zéfiros - mesmo eles sendo
um escroto boi boi boi da cara-preta_________

os Três me lembram que apesar de Tudo
ainda há dentes de cristal pelas amendoeiras.

Soneto, n.263(Estudo sobre uma das caronhas da Morte)

Filhão do homem: contempla desde estas barbas
a canção que vai crestando
e não diz Nada - valei-nos Deus
que o meu jardim nem deu capim

nos buços. Restos de fé
que as águas vão consentindo,
face da noite azul. Depressa à dança,
nos diz o pássaro,

saudando o cântaro 
que se esfacela nas fuças da fonte,
andúmias dela velhice 
em/sob as capas do Inverno_________

até que morras, filhão do homem -
desfeito em pó numa bandeja Incandescente.

Soneto, n.262(Para o Marcelo Reis de Mello)

Primeiro foram eles Verdes 
subindo como água pelas paredes -
e a casa estava mesmo em modo
ponta-cabeçado_________

nada que impedisse a lateral janela
de sussurrar deuses meninos sobre as nuvens,
e depois houve caminhos
por florestas lunares________

barbárvores em legiões brincando de ordem unida
pelo espaço - três cravos e um quilo de rosas 
escabuchados no cadernim-Cabeceira,
bêra em mares de gelo_________

volteiam núpias e castelos dentro erêm mim,
certéias melodifusas...


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Soneto, n.261(Estudo em sol menor)

Do espólio achado em Qunram se descobre 
que haviam trevas sobre a face 
do Abismo, e que o homem sem Deus
é semente Encarcerada no vento________

no Cosme Velho inda marejam casões
onde há retratos do velho, suspenso ou não 
entreles dois acordes, diminutos Ambos -
espera-se, talvez, sobre meu rosto

um riso imenso, sonho d'Íris
de Ostinalícios delas torres derruídas
embora sambando à perna Grande,
que isso também indigestão não faz________

toda essa léria -autenticada e Tranchã -
achada no espólio de Qunram.

Soneto, n.260(Para Rafael Zacca)

Sempre que me alevanto
é como se retornasse: enguias falam
pelos roncúrios e os círios
dos ventos de agosto que passaram,

deixando brisas
pelos onguês das janelas - alembro
que fiz da indiferença bela Dádiva,
clareza do tino, Pétala

de bondes e árvores chusmados em poeira 
como a canela enlaça a pele dum churro:
portas à sotavento, e como os mártires -
querente da próxima Extinção à espreita_______

marulho os olhos submersos em Sono,
bolsos rotundos em pardais-vidrilhos...

Soneto, n.259

Dia. Manhecência brumosa
pela terra Inconha. Os passarins
bebem do céu granículas da garoa,
as solidões baqueiam-se Dentro,

mudam de cor, semafóreas. Os olhos 
já não são meus por Aqui - desespelhada
a sala do castelo - relincha o mar,
paredes enlouqueceram.

Ossos do sol andam à Bérra
valendo menos que o cruzado-novo,
bailão desvalido que descoroça árvores,
esgrouvinhantes ao perderem cabelo________

esta é a terra, tri-Mórtua:
vênias-Carnálias pro cavalo amarelo.

Soneto, n.258(Para Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Aqui rondamos ela figueira estéril -
de empós o Hóspede manguar-lhe nas fuças
um só cartão Verermêlho: não mais buzinas
saracoteiam na avenida estiolada.

No céu tresmalham ranchos de nuvens
como ovelhas que não têm pastor:
um vento de estranhura e Nódoa
faz tropeçar a migração dos cavalos 

enquanto - bêbado - Tirésias-Cego perora
"como pode ser feliz o que não é morto??"
e seu reclame sobe num tatalo de unhas
os quase cem degraus do Selarón________

rio que já não suporta caixotes,
garrafas vazias, fósseis de cabeças de peixe.

Soneto, n.257

Eis aberto o portavão redondo,
de plínea maçaneta no meio:
doze cadeiras episcopais 
e a mesa com jabuticabas

pintadas de azul da prússia. Olho as paredes,
apagaram o quadro com os ramos
da hierarquia dos sopros, na gaiola
eis môrtuo o canário famoso por Sarambêr

de cor os cantochões-Serafins.
Chegaram tempos em que no saara
os camelôs são anjos desempregados -
(e temer AINDA no planalto...)_______

ê Despautério, 'ssa geléia geral
descarrou, Medusa pôs butuca por Tudo.

Soneto, n.256

Quem vai no Piauí catar deus na feira
pleroma-se de procissão 'garrafada -
e nem assim o jegue de oito milhões de km
desenconcreta...________

Inadiantam poemas pra lua
e não há mais violinos alheios
pra roubar, na praça são salvador.
Macaco Tião morreu

faz pra mais de vint'anos,
Geraldão Viramundo há cinquenta 
fala do boi Maléfio
da cara-preta do túnel fundo________

sem lampadosa nem Luz, e Piormente -
o temer inda tá no Planalto...

Soneto-Estudo(n.255. Lembrando "Composição", do Livro das Acontecências, em versão estendida)

Bem no jardim
da pensãozinha burguesa em Jacarepaguá
cinco da tarde. Eu penso blocos de turânio 
formando acordes entre vinte sóis,

entre espreguiças e chinelos gastos:
o gatim que ali faz pipi lorderêa
educação que adevogádju tem Não, -
Mesmo sainte dos encorômios da PUC

ou dos cantínfleos de Roma_________
por isso helena anda chorósoa,
e tumbéim sandra, ivênia, clara
madalena e TODAS - salomé Maiúscula________

eu lembro as naves, catedral Submersa,
mais o quengo do santo na bandeja de prata...

Soneto, n.254(À memória de Mário de Andrade)

Um belo dia 'Noiteci sorinzínhu,
e as cabras das montanhas 
feriram cordas de pianos 
amarelentos, e num catírio seus rostos

desfizeram-se em pó, depois da monta
nos tietês bandeiramente! Garóloa fina
sorri, e foi a última vez, meus olhos Nus
em pleno largo do arouche

onde no Antanho um capadócio
plantava máscaras paroxais
de guarda chuvas à serviço 
da própria mão-Sumé da tempestade_______

mas...chove? Sorri diáfana, bem Debussy, o que eu
traduzo assim: cortinas transfundindo Outonos...

Soneto, n.253(ou Eclesiastes capitúlio dôzimu. Ao Heyk Pimenta)

Ebós-caminhos deles todos os homens:
há um conflúio de trens correndo juntos
que também vestem ruazinhas dormentes,
sem retratos do Getúlio pelas paredes 

nem Chisme de inspetor de quarteirão 
soprando o apito dos índios.
No que se pisca a Curva derrepenguente
delira e logo - Pássara - desaparece________

a gente acorda e já passaram cem anos,
boiadas que não mais se Arrimam.
E a vida 'rruma uns cantínfles
de erupiômetros rodorandados por meninões

gigantescos: vento de virar jangada,
ebós-Caminhos deles homens todos.

Soneto, n.252(À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Inscrito num incrusto de rocha:
"vida é baile na roça 
sanfonorado por andorinhas
a quem o esquecimento é Negado".________

É Ranço de mariposa parturincendo
cem ícaros no olará dele Sol,
depois um gigantesco demônio 
aRRota gargalhadas verdes,

e as naus retornam à baía
trazendo as sete princesas que morreram,
mudando toda a pauta do jornal:
esferas de Luar não se correram..._______

se um deus morrer corre no estoque, minino,
a vê se já chegaro os estepes...

Soneto, n.251(Cântico de São João Bapetista. Pro Hugo Stutz)

Mas quando é que se acalma em Mim
essa fértil disease a que chamam VIDA?
Se eu vivo de soletrar horizontes
então são nunca é esse dia,

mesmo entre os demônios do deserto.
Uso elas mãos sem precisar de cajado
e cidades extintas ressuscitam,
planto alfabetos pelas esquinas das

montanhás, enquanto a Virgem Forneia
bocas talhadas pra receber ele o Verbo,
hospedício delas nações, mentor de um mundo
onde não mais destruirão a Poesia________

e que ele Cresça - o Cristo Vivo das gentes -
é Necessário, enquanto eu "assim vou me aaacabaando..."

Soneto, n.250(A Luciana Moraes, Mindinzinha)

Trocentas flores morênias
não desembocam na hortênsia que És,
ó tu mulher que afagas a cabeça
do homem, descabralado e falido

que sou eu no presentente momento.
Eis hora propiciatória, amada MUSA,
sacundê de se enxergar no horizonte 
os varandais onde águas Múltias

retumbam, e sobre elas terraços 
tão desespelhos porque não mais prereciso
chorar nos muros a catifunda caatinga
da castidade enferrujada há Mutcho_________

vejo uma escada à janela: miliriformas
do AFETO, são anjos, que sobemdescem.

Soneto joéslio(Sobre as denúncias JBS. n.249)

Tenho estômago de Sísifo, admito,
mas as notícias que vêm lá do jaburu
começam um corrozéu Catifundo
não aqui pela piromba Eternícia, mas

no fabungo que a trauteia(eu!),
mal vem trincante mais uma cor
de manhã - cumpádi, tá MUI difícil 
'glutir a terra bruta do homem,

venho sangrando, cumpádi, venho sangrando,
são muuuitas harpas de Obuses, olhei
no mesmo sítio de ontem, sumira
aquela roseira que dançava anteriormente!___________

o jaburú aRRota uns runs de trator
flanando num tapete de cadáveres.