quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Soneto Arânho( Derivaronte do "Poema Arânho". N.320. Dedicado à memória de Ana Cristina César e Florbela Espanca. Para Jéssica Campos, e Hugo Stutz)

Neste interlúnium o mais que me Incandêa
é noite, dos braços Fraturada - pássaro ainda
a rulejar de ternura, mas cujos olhos 
apenas Sabem ter Sido__________

esperantinas que inda brotejam são leitos de Prócusto,
barca de flores quietas, MAS - cores Secas:
a praia era alva e próxima, e deuses d'Aço
e Derramas moveram-Na para além 

dos ventos cálios de agosto, suor de sonho
empanzinado como dois pomos Chúúúmbeos
(que num jardim del'hortênsias seriam
portela d'Águias - sem porte e Penas)_____________

neste interlúnium espero aportar das Paúras,
pôr fogo em tudo, e em Mim.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Antífona: primeiro domingo do Advento(Versão soneto, n.319. À memória de Alphonsus de Guimaraens. Com estrambote antes do dístico final. Dedico à Musa Luciana Moraes)

Senhora Antiga em cujo colo
homêmnios portando cãs ou patinetes buscam
materno Abrigo_______ abriu-se a porta,
descerrou-se o pano e nos achamos

à beira do Antiuniverso debruçados,
mar de outonos num céu de árvores 
decotadíssimas e máquinas do braço 
escangalhadas: mas

assim como teu Filho,
inda esperas pelos homens Íngremes com a
alma livremente encarcerada
num vasto Caos de amor e de esperança________

[teu florido Sol de girassóis há de acender 
o coração do Mundo, enquanto cegas a tesoura 
dos ímpios e irrompes com teu manto_________]

para a Glória dos Três vir o mundo Inundar,
como elas águas vão vestindo o Mar...

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Estudo n.58 em Mi menor(Versão soneto, n.318. À memória dele Mário de Sá-Carneiro)

Então me Apanho assentado em
rubros d'Ontem, sobre minh'alma.
Tarde prepara adeuses
lá do alto da varanda - mar

sem Nome à janela, chuvaranzããão
que traz os séculos nos ombros.
Da farruxêra de raios desce uivando
um minotauro, ar parece enchido

em poços de braceleiras Cabindas,
som das trompas 
é colcha em bronze 'rrepanhado, por Onde
livros não falam das guilhotinas 

da Noite_______ vão nuvens Grossas sobre liteiras
de Hagar, saudando os galeões Digeridos. 

Estudo n.57 em Si menor(Versão soneto, n.317. Para Jéssica Campos)

O germe pondo a Noite num casulo:
entre a mão e teu corpo
um leito de Procusto, Nenhuma 
preparação para a vida________

numa estrada poeirentícia fechei
meus ombros, no seio mesmo das lâmpadas 
não mais ouço o toque dos anjos
nas espinetas do Infinito, é Tarde

como as cinco horas no relógio,
tarde como niños empinando pássaros 
que dão de beber ao sol, tarde como
as três mulheres de pedra no bosque Antigo,

tarde(ao Final) como gérmen acavalando no
casulo ela Noite.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

São Mármaro pregando às 6:38 da manhã(Soneto, n.316. Para Luciana. A todas as pessoas-Aves)

O sentimento do Sublime
sai Caro? É preciso adubar fome
e sede de justiça no Quintal de casa,
pra alguns

é preço Impagável. Não quero
este pão - dizem muitos - são os
homens-Lata, os bombalhados em
plástico, os NÃO-homens enfim_________

o Cavaleiro anda atrasado mas Vem:
quando Ele os anjos a Virgem a bateria 
da Portela com sua tabajara de trombonErês
aparecer pelos céus, vai ser 

um deeeus nos acuda, Julgamento olha evééém
por entre as patas dos cavalanos, e aí:CABUUM.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Soneto, n.315(Alla Anticqua. Para Luciana Moraes)

O antigo salmista abre o álbum,
vê os Três sobre os montes, as
chaves do mundo nas mãos,
deixando nárnias e conchas

em todas as nuvens. Aos pássaros se diz
que gravem seu nome nas árvores, e
que sejam suas pernas. Poema corre,
homens webtrançam pirâmides ________

meu filho agora possui história,
e dois ombros que me lançam na eternidade:
acordo sobre mares e gaias,
tanta flor na garganta_________

os Três 'inda dizem - que SÃO, que SEMPRE -
nem tudo é voz(cabralina) da pedra. AMÉM.

Dia da(nossa) Bandeira(Soneto, n.314, escrito mesmo no dia 19/11/17, pro meu irmão André ben Noah)

Ao fim de quarenta invernos e duas tábuas 
de pedra - mesmo que o germe semeie
noite pelos casulos e sob os postes luzeiros incidam
sobre ombros Nenhuns___________

recebe ó terra este Afeto, apesar 
de gramões e manhattans mascarem fumo E
os ossos de nossos Próximos ao longo da história -
Nossa Bandeira os Três a Firmaram no céu:

em treze anos nos vestimos de alfabeto
e o Verde voltou à moda entre as árvores,
festuras que são cavalos em marcha
porque nem só de pão Vive o homem__________

nosso Estandarte evém Fala: sim, Peeeiaremos o mundo 
até nos devolverem o Futuro.



sábado, 18 de novembro de 2017

Sonetesboço(N.313, baseado no poema "Dois Esbócuros". Para Luciana Moraes)

Sou mago, Ponto. Ainda com água 
em todas as Ânforas - persclusro uns rufêos
nela manhã, no quartel próximo parece 
que soltaram maracanãs,

nem 7 de setembro é. MAS lembro 
que os cemitérios gerais estornam restos
de Pouco, por isso(Oscar salienta) há que arriscar 
planetas na areia, chamar

o mar pra briga depois. Foi teeempo
em que um só malazarte Sobrava
no Aceiro(da vida), por isso ela queda
a gente Veste em passo de Samba__________

e dos poemas com seus cavalos a gente Faz
povo heróico, um brado Retumbarante.

Madrigal(Versão soneto, n.312. Para a amiga Jessica Campos, também à memória de Renato Russo)

Nela cidade do Méier
(principalmente) nasci. Postes vestiam crachás
de cinemas Fechados, arlequiNins longe dela
gameleira do avô_________ terra

que muito se Coça e só responde em
pedra afiada(e não só lá), enquanto à cor da
conversa outono é poncho de passarins
levando nos bicos o Desmontuê

desque o Brasil modernou
e terminou de vender os índios: dona Decência 
saiu estroposprooondo com a porta, vexada,
Escandalisadíssima__________

gente Não nunca sabe
se chuva Ainda é poste com lâmpada.

Sete Serras(Versão soneto, n.311. Para a amiga Jessica Campos)

O que ainda gritam os altares:
cada vez mais desequílibrio entre eles -
os nichos da Ordem
e da Desordem________

os vales os matos as fontes-Quérnias
por Onde andam? Do outro lado do oceano
ainda pessoas somem nos entreDentes
do quartel da barão de mesquita,

seus habitantes desfolham bandeiras, têm pele
com fedor verde-oliva - enquanto a morte 
faz resto dos homens despir o rosto
e irem Cegos pro mar, isso apesar 

de o velho Dorival ter baixado avisando que a noite 
é noite de Temporááá...

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Soneto, n.310(Para Sarah Valle)

À beira de meu copo
noite Alta mostra os guarís, 
carrossel gasto 
deeesde ela Casca__________

vejo um planeta ascender
sobre as cabeças de concreto,
róseo dos gases veste zés-Clóvis
que passam no jornal das oito, terra

onde ninguém Jaz, rios por onde 
os gadanhões da samarco andaram,
e por Isto o efológio
não vem vestido de caixão _______

à beira de meu caneco um rio Eufrates
morto com farofa - em Cupiiins, desde ela casca.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Soneto, n.309(Sonetesbéu n.3, pro compadre Sérgio Ortiz de Inhaúma)

Saranto Antorônio recolhe as árvores,
arruma a beira do rio:
às seis em ponto fará chover 
cascarvulhos de sermorões ensaiados 

pra ver se os peixes ensinam sânscrito 
aos homens. O amor que tive
foi do anel que me deste - depois 
que demitimos por justa causa 

os urubus recomendados pelo arcebispo:
era setembro, andei de bicicleta 
no grão-país onde estradas têm pernas 
que rodam pra lugar Nenhum____________

o vento varria as folhas, varria os terços, varria
as poucas ombras de amalinfâncias.

Soneto, n.308(Sonetesbéu n.2)

Tinha meus dez/onze anos,
nascera torto e mesmo andrinSim
era da raça do Eterno: um trechavão
desenterrado em Qunram

com molho de içás-Trombone era Certeza 
de nupcícias e castelontes que(num batismo)
no alto de meu quengo Fincaram__________
a Virgem, andando à perna bem Grande.

Depois depois houve trova, e caminhários
de sussurrar móres deuses querendo ser
Prometeu, enquanto um jazz rolorava
na primavera do que mais fosse Itabira,

hoje Oceano: pinoto as bolas de gude,
ladeiras perdem Cintura.

Soneto, n.307(Sonetesbéu n.1)

O sol num cumulário de Girassóis
antôntem carinhou planícies, mas hoje ela chuva 
desperta do sono 'prochegou cantorices
entre folheiras e flores 

do jardináceo - onde repousam pés,
esquina à casa de olhos Enormes 
que rumina abraços do Eterno e
não deixa de armazenar terraraços

onde oceanos mais Vijam_________
os anjos martejam xilófones
e o fim do tempo inda é
conversa compriiida__________

inda edifícios se Arriscam
num passaranho de Portelosamba.

domingo, 1 de outubro de 2017

Soneto, n.306(Variando sobre o n.305, para Luciana Moraes)

Manhã que em névoas sacode os túneis 
do sono, num Repenguente se esgadanham meninos -
poiésia em plenúria de Floridões -
e ribeirão de águas claras_________

o sol num cúmulo de girassóis sacode planícies 
e o nono andar é cerca de um tiro 
de Pedra - segundo as sânscri-Escrituras -
anjo sobre o lajedo assentado:

múnduro há tempos não faz a barba,
nua screen, nelas telas sinédrios sacodem Sal
sobre a extensura da história, manhã Talvez 
sem névoa pros elefantes de Aníbal__________

roxundos ipês nos Brotem, e a gente não olhe
atrás - quando Erigirmos o primeiro passo.

Quarteto em lá menor, opus 16, para piano violino viola e cello(Versão soneto, n.305, para Sarah Valle)

Manhãçaria que em névoas sobe o
túnel do sono onde Alma néfira esgadanhada
descasca um sabão, e num repente de trompas
todo o lavabo é Lilás,

que também veste a criança que nos segue,
a mim, a ti - sarahmêndera - desque o
mundo não tinha olhos pra fazer a barba,
e roxundos Ipês das axilas brotavam.

A noite foi o sal que me Curtiu
em couro de jabaquérias e cântaros,
enquanto amamos a floração do arroz
e o norte move ardentes Entranhas___________

em cada rio um deus espera crescer:
que a Vida nos acenda os pés.

domingo, 20 de agosto de 2017

1982(Versão Soneto, n.304. Para o confrade Sérgio Ortiz)

Rumor de luz faz duêr
os grânulos, poeira do quarto. E os olhos,
trazidos à força - (superfirície inda Fala) -
sacodem ranço e dez quiés de jucumã________

e sempre é Chuva no cabecê de papel 
e o boi que passa na correnteza é tão morto
quanto a memória daquela primeira vulva 
que deu língua pra Mim_________

relógios Torcidos, rei pelado na praça,
pernas lesmeiam pra encontrar dez dedos
em posição de sentido: berço
onde onde o mosquito dorme,

àquela tarde em Sevilha - tristeridade
que Inenvelhece pelo tempo-Foi.

sábado, 29 de julho de 2017

Soneto, n.303(A Luciana Moraes)

Entonces bora! - que é tempo 
de entalhes-Cântaro sobre frontérias em
prata: olhos em catavento, mãos 
tão mestras na Secúlea pedra que apara

as águas do ribeirão, e Rente
aquele ipê quase tão véi-de-Mundo,
roxura que igual não brilha
em nória de légua e meia:

um vulto encontra outro na ladeira perto,
o curupira o saci se dão boanoite
e seguem montando mulas-sem-cabeça
nas entrelinhas onde o relógio não manda_________

vambora entonces! - almas livremente encarceradas -
livres, como só os doidos e os poetas.

Soneto, n.302(Sonho de São Mármaro na primeira noite do inverno de 2017)

O filme era sobre céus de Valongos
e carnavais de amendoins mal-passados
numa gordura sabente a raquíticos
esperantófilos_________

você rejeita o forde da fazenda na porteira,
e com o tempo até o licor de tiquira
sabe a mato queimado: as incelenças
nunca andaram tanto nas ruas

como agora em que não há deus
fora das carteiras - gente boleia nhandús
e nenhuma gota sai das torneiras, que nem
Amarildo, que não sai do Sumiço_________

o filme encerra com as casas fugindo,
levantando as saias e cuspindo gente.

Soneto, n.301(À memória de Mário de Sá-Carneiro, com o pensamento em seu poema "Rodopio")

Enquanto aqui mem-de-sá
mundão descabeeela num chuvarão,
dentrão da cachola passeiam -
em rodopios, novelos -

falsetes e serpentinas, zabumbas sambas
lunários, virgens santíssimas, coros,
matusaléns camaradas, caíns de papo
amarelo, fanfarras, mórias, cagarras_________

iaiás fruta-pão mais Castanhas,
uiratis sobre os costados
do último gigante Beleléu
jogando caxangá junto do Jó_________

pru címa do bolo o marechal delegado,
levando pai francisco pra cadeia. 

Soneto, 300( Para Luciana Moraes)

Um velho - de batas longas e barba
proclama à malta(atenta), que no 607
se ensardinha no rush, rumo
do Estácio:

"minino que joga papel no chããão
também divíía fazer pipí na caaamaa!!" -
ele diz, enquanto a malta
sacode os ossários em maré sem precisar

de lua_________lá fora CHOOOVE -
cá dentro(Inadianta a bruta flor do querer)
suores Peganham-se, passeiam
entre os espinhaços enquanto o velho apostrofa_________

era o Gentileza(!!) - e o xisnove? - um jornal
perdido numa bíblia hebraica do meu pai.

Soneto, n.299(Homilia de São Mármaro)

Ó vós nascidos neste século Andúrio:
pra que diachos acumulais reco-recos
feitos de petróleo e piche
e fazeis pelos muros Anoitecer 

canduras de floridões, com escadércias
e dólares? - tendes trancado há Muito
em vossos sótãos a Luz dela
palavrAntiga, persistirindo

em ensinar crianças a brincalhar com armas 
de massivo Furdunço, sois madalenas e eustáquios
viramundando chafúrdios no espólio Troncho
dos anjos derrencaídos_________

olhai pra Riba, 'tão lá três águias, seus putos,
trazendo as cânhas do Fim - Cabamundo.

Soneto, n.298

Eu sou da raça do Eterno,
mesmo quando elas nuvens 
fazem banzo de cara Feia, e camboronam
chuva com molho de trombones__________

através delas franjas
das vestimentas do tempo
os cubos-Kubrick são des-sanscristados
e sou de-Novo um curumim no sul da Bahia 

enquanto querpentes fazem greve no Egito,
e faraó mastiga cabeças de chefes:
menino vai buscar um tasco de banana
pra eu acender o charuto_________

Villa-Lobós destorce nas pirambas a Sinfonia:
eu SOU, tu és, nós somos - dela raça do Eterno.

Soneto, n.297(Para Carolis Vaez)

Sentado à mesa 16, hora 18 e blaus,
rua silva cardoso bairro de Bangu.
Carolis passou voando num cogumelo amarelo
e ele falava um inglês 

danado di bão. De melãozão capelinha
e mais de copas na cartola(do mágico):
aquele balãozim de papel
o que custou arranjar!________página tal,

obras completas do Bandeira - Carolis passa,
de novo, o cogumelo é submarino e ela me grita
pra eu olhar de novo o papelzíím
pregado na geladeira________

amanhã levar madressilvas, dar uma espanada
na GRAVE da Eleanor Rigby.

Soneto, n.296(Para Alice Sant'Anna)

Faz tempo, quase dez anos. Eu 'manhecia
pra poesia. Li no segundo caderno do JB
sobre uma menina
que falava na rua

dos bacalhoeiros. E tinham - ain ain,
ain ain mha senhor!! - andorinhas(!) e
absolutamente não importa 
se eram Curtas. Ca - lu - da,

Mário de Andrade!!
O que interessa 
(pra Mim pelo menos)
são duas coisas__________

1) elas Voavam.
2) havia uns Olhos de menina Vendo.

Dona Vidina(Soneto, n.295, à memória de João do Rio e Noel Rosa)

Dia-chão - boa tarde, dona Vidina:
estas lâmpadas dissolvem muros,
flechas do santo
no lunário do dia(perdão, dia visto

no lunário). Aluguel venceu, eu sei, acontece 
que o garçom do buteco não me emprestou
nada, ele também devendo
até as pregas do cu.

Palavra, dona Vidina, eu tou muito
de pião nas rodalhas, agora dei
pra aulas de fagote a módico preço
no trem santa cruz indo pra cidade________

diacho grande, EU SEEEI: prometo ao menos
não por a culpa no santo.

Soneto, n.294(Pro Marcelo Reis de Mello)

Tardélia, aqui no quase Arpoador -
solaranca despedaça as nuvens,
dessombras mínimas, minialmófaras
pra querubins bem retchôntchos_________

mas essa política - emaranhado de Farpadarames
que não me Larga!! - Neste momento 
Brasília pare - Coêlha - 
atrocítizes sobre atrocítizes

de poerentes, luar no céu 
não tem aparecido nem prum mísero 
poema - candonga Séria, gramacho
anda xanxando por Tudo___________

o que faz dessa tardélia um foganzéu d'Incelenças E:
não sobra ninguém pra chorar quem Foi-se.

Soneto assim banzúrio de Estudo("São Mármaro Profetinzente", n.293. Pro Hugo Stutz)

Hoje é sábado. Drumingo amanhã -
a onda espadarana na areia. Com
muchas gravatas a mais, isso o nariz enxerga e
a globeleza do tempo me agarantchín_________

cinza bom pra recordar Federico
e o dia em que a poesia - masgaiada -
entre dois canos compridos se evadiu,
manchando a terra

com sangre. Conheço - diz o profeta -
conheço pela raiz este Fundo 
e cada poente é uma peixêra que DÓI
no outrora branco lençol________

eu vi o grande Dragão. Tem 'splendor, uma ferrari,
fala muy bien. E tome THÁNATOS! - goerélia Abaixo.

Soneto dos corvos(n.292)

Num córdio onde por por multitempos a cantoria
é só neve - o que se diz?
Que é um laaargo campo com
asas de corvo escancaradamente_________

e não há Não ness'alma voltêêêio,
que o mato irrompe no gradeado
das ruas e cheio de pernas escala 
todasescarpas até chegar nos focinhês

da alma putrescida em meio
aos Ventos, e você perde mais que apenas
o sono - viagem, mas sem caminho
(sumiram com as bússolas das prateleiras)

e o que se Diz? Em roda por cima dos trigos
macarena dos Corvos.

Soneto, n.291

Daí que esse escabéchio a que chamam "vida"
é Isto - tanto de andorinhas aprendizes,
mussuês-Vaquejadas nos sertorões camborós
e catedrais pelo mar Deglutidas__________

a gente quando é eu e quando é o outro 
não teréim ponte: jazz sanscristíceos
que a goela do mundo engole, tijolos 
em forma e peso de jequitibá,

giramã longitária a roda Enorme
desse mundão Disigual,
beira-mar de edifícios onde o Resumo
é denso denso denso cantochão__________

na areia dela praia Oscar não risca
mais projeto Nenhum.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Estudo Truncário(Soneto, n.290)

Quando "hey!" por Mim________
vida me pegou pelas crinas, e foi
galpão bem comprido, gruta
Treverescente

campo de sanfonas desafinadas
a perderê dela Vista... saía dela(vida)
um canguê de amolengar
gente doida________

olhei: no céu um NIENTE mei-dia
zucrinejando juízo - que já de fábrica
trouxe nos sótãos 
uns macaquins a Mais________

quando "hey!" por Mim o samba
era Outro - e nunca mais Rua Paulo.

Soneto, n.289(Pça Saens Peña 1933. Pro Hugo Stutz)

Então era um tempo de Flor nos asfalto':
manhãs roseavam e não era metano 
ali na praça saens peña -
os anjorões viviam de Frozô

Jogando sinuca em cima do Palheta -
nos morros em volta eram só lavadeiras
e mamunguérios decorando samba 
pro carnaval seguirinte_________

o pessoal tomava café com banana frita 
e saía com a boca sem lavar
compor o cacho humano
dos bondes________

vai me dizer que Esse tempo 
não era de Flô nos asfalto'??

Soneto, n.288

 Dispois da fuga del-Rey
nada foi certo - inda agorinha
passou ganzá das árvores bêbadas
gritando viva a república__________

mas gentes, num vê
o incêndio do outro lado da praça 
queimando tudo inclusive 
o corpo do Alferes recém-'Forcado??

Pois é ninguém não viu de também 
as enguias nos porões do homem -
venenosíssimas - Tirésias nem saiu
do santos dumont, voltou pra dentro do avião__________

não é preciso ter olhos pra ver Turumba
depois da fuga del-Rey.

Soneto do Castelo(n.287. À memória de Manuel Bandeira. Pra Mindinzinha Luciana)

Eu recomendo o curta
"Manuel Bandeira o poeta do Castelo" -
cena de abertura é Primorenta,
ele comprando leite de manhã 

e por fundo a Bachiana Brasileira 
número 1 do Villa-Lobos. E tem 
um papelucho no chão,
que o vento avoa entre os violoncelos 

da música. Bandeira de empós aparece
fervendo o leite e pondo um pão 
pra torrar. Enquanto isso declama "não faço
versos de guerra, não faço porque não Sei"_________

Deus me faça tomar café na janela 
bem assim que Nem ele.

Soneto, n.286(Um domingo de abril, 2006. Lembrando minhas caminhadas nos domingos à tarde, quando trabalhava como pianista na igreja Fé para Todos, ali zona norte. À memória de Pixinguinha, ele também um grande apreciador d'uns chopínzis)

Distraído, seguia à pé 
os estômagos do Rio - e eram
umas quatro da tarde 
à solta entre Olaria e Ramos

ali neiborhúd
da casa onde morou Pixinguinha,
e a simples visão da casa e
saber que morou nela

QUEM morou nela
explica porque ainda mundo
não se ACABUUM______este sem dúvida 
achismo que merece uns Chopes_________

obrigação 
religiosamente cumprida.

Soneto, n.285

Ainda sobre serpentes e adagas,
meu corpo é Barco: feito de barro
e de mulheres - meus ovos, parte de Baixo,
são tenentes do diabo-Véi________

Inadiaaantam
as ranchas de prata e as ganzálias,
poemas pra lua saem aos guinchos
como até hoje os trens pra Guapimirim

são Rúins. Na areia dela praia
Oscar não risca projeto, e o mar
é louco e a música segue em Surdina
sob o céu da sexta-feira molhada________

vigor dessa febre suave, entre as hortênsias:
ainda aboio portas que ninguém Vê.

Soneto, n.284(Para o Sergio Cohn)

À beira - o mar está ali, faz pouco 
é meia noite em frágeis edifícios de areia,
saudade do que foi
e é morto_________

"mar" e "morto" são palavras Irmãs -
tresponteiam o mesmo trilho
de profundura e grano-duro Esquecimento,
sal que elas janelas acumulam

desfaz as torres e os jardins e os lagos
do que era Fúlgido e estava
em minhas mãos - o próprio mundo
era um grande vinte e sete de setembro__________

agora o mar Ali, à beira: meus dôrois pés
são treze de dezembro, sessenta e oito.

Soneto, n.283

A noite é mesmo Prênhere
nos cêntimes olhos loucos. Serpentes 
e adagas sobram, e são 
toda mulher nua que vejo.

O casamento do céu 
é uma bocha desregrenhada
em cuja pista de terra uns velhos
mareiam...mareiam, Sós.

Entre a núvia encantalhada um passo errante,
própria terra é Perneta, confira os bolsos:
não adiantam serafins de seis olhos
pra comprar um quilo de feijão_________

e toda crença é Crepúscula
na tristerência de umas rezas...

Soneto, n.282(À memória do pr. Manuel Avelino de Souza)

"Disse Jesus: 'ide por todo o mundo'/e pregai o eterno dom/da salvação que com amor profundo/dá o Deus - gracioso e Bom"(Manuel Avelino de Souza)

O Hóspede disse: ide e pregai,
Fazei discípulos, não se acendeia
a luz pra não ficar de guarda 
na candeia, e tal lumeio são os OLHOS________

luzeiro de tudo, já nascirido e
plantado. Todo um corpário andará,
'taneiramente, se a treva
for emboaba Esquecida.

Que fazem os homens? Amboloraram,
trucêram, malversejaram
a Palavrantiga, e Ainda de sobremesa
queimaram gente nos postes________

como eu disse nas "Acontecências", paciência 
do Senhor é FINDA.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Soneto, n.281(Ao rio São Francisco)

Tem velho chico que 'guente
esse oceano de despojêra homínida
que todo dia todo dia todo dia todo dia????
Tanto aguandéu merdencento

que o santo há muito nem chora
mais, conta nos dedos o que falta
pro Finisterra Ubicúndio, rançó
que nem as baganas do São Raul conseguem 

mais Acalmar, caos agora 
é pássaro Súbito, e nem as horas 
o navegam Mais - os tais dois buracos 
no corpo do "menino de sua mãe"_________

jaz morto,
e Arrefece.

Soneto, n.280(À minha querida Mãe, in memoriam)

Tinha meus onze anos
quando li "Os meninos da rua
Paulo". E foi: disbraguê,
manguacéu, canjinana

de nunca mais volta-Atrás.
Frêmito assim desembêsto de potro,
foz de anália indo a Maracangalha
sem ninguém Chamar________

foi tão... Corpo, e tão 
teernuuura ao mesmo tempo,
e tanto de tanto Tanto,
que minha mãe achou de falar

"...isso é que nem cheiro de dama-da-noite,
que não se enxerga mas tá ALI".

Soneto, n.279

O tempo de cópulas que geram árvores 
não vem mais no jornal_____novembros
andam fazendo barulho,
e o Mar levou meus Inícios.

A moça camalalô
foi no mato colhê fruta, pegaram ela
subiram a rua barão na praça seca
e mais de trinta engravidô.

VREMÊLHO!! -
se dirramando no cinza,
mistura farta
nos Apocalismos_________

porque depois dia Vem, gente Isquece
e embrulha a tilápia com o jornal.

Soneto, n.278(Fabulirinha. A Luciana Moraes)

Era uma vez Bordelêu:
Escrevinhava os discursos do rei de copas
em tudo que era comício,
mas o vento da aurora

andava era NUNCA aparecente. 
Bordeleú bem que via
cinco horas neles relógios Todos
e os mortos enterrados sem sapatos,

dona Esperândia sempre no reino
da Carochinha, até não sobrar mais Nada
no jardim. Mas o rei disse "mexe no dial meu filho,
ainda temos as cantoras do rádio!!"_________

foi Anaconda: Bordéleu cabou Lelé
e antes deu um tiro no quengo.

Soneto, n.277(Itararando)

"Se desgraça é DIA, garçom mais um chope!!"(Possível glosa do Barão de Itararé)

Tempo perdido os Afobêios -
no renque da noite mais destrurcida
todos cauãs do Capeta evém de efó
guadampudo, e nada fica, nem nele pasto

nem nos saltérios, os postemínidas revisararam
os originais das bachianas brasileiras
à cata de pelo em ovo. Desço pro térreo
e na pres. Vargas desfilam indômitas

cobras de papo amarelo, e o vermelho dos
periférios vai cada vez engordarando Caronte
com gente jovem, descalça, morta -
disgrâma ondula em mar Alto

e se afobar é perda de tempo____ bora
'ntornar umas bêra???





Esboçondró Carvoêro(Soneto, n.276)

Entonces 'quela trilha revisitada:
a vida - Apórea - boiandescomedidamente
assim que nem Tarumã,
dia d'ontem que passaFoi________

embaixo ó galho dela imbuíra qualquer 
um triste caiporupã dedilha num corne inglês 
os últimos requiens do jornal,
marulham dentes em mais concreta 

mutúndia, a lembrarar que amanhãs
também já foram,
paz que os homínidas veneraram
por um ano Apenas________

que o fim-Mór é Chuuuva,
corcoveando que nem cavalo amarelo.

Soneto, n.275(Outoninvérnio)

"Depressa!" - o pássaro disse, fugindo
com as árvores restantes no bico,
porque os homens esqueceram as búlicas
e as outras bolas-de-meia

da Infância______ninguém repara
nos pés de barro-Codó que as fontes 
trauteiam, como se fossem mesmo 
seda em pescocê de lorde.

Máquinas parem edifícios 
como ostras em grupos de dez
e sobram sânscritos de ferro
nos berços de crianças-Ontem,

o sol de quase dezembro já quase 
não malungueia mais Ninguém...

Soneto, n.274(À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Cinco ou seis gralhas parelhilharam
assim nos ombros mei murchos
do profeta redondo - EU, claro,
e o sucesso que andesperavam

é conversa de lavadeiras no Estácio
em 1919. Quem vai me ouvir 
se eu do alto do barranco gritar 
"ai como tarda essa desincorporação!!"? -

Desci do mastro onde em mim-Mesmo 
quedava embandeirado, por horas-Sírias 
quando a Síria era o inspetor de quarteirão,
eu ébrio de manhãs e de imprevistos...

hoje todeles dias são dias de esperar 
os galeões, trazendo elas princesas que morreram...

Soneto, n.273(À cidade de Mariana-MG)

Som morto, nas águas mansas:
samarco em surdiríneos conluios,
e Mariana agora anda exportando 
um despautério em rede nacional________

aqui na beira do rio tem iara
mais Não...
é mas porém da caserna dum corpo
que a gente estende à pátria 

o cordisbêu da Vergonha...
como aquele soldado, meninoleiro de sua mãe -
também jaz morto, e arrefece -
e já não servem Ambos________

nas águas mansas som Morto, Descomedido
esse boizão dos Infernos...

Soneto, n.272

"Todo charlatão é um perigo
pro Universo"(Possível máxima de sir Isaac Newton)

Achei num jornal(já beeem malerélio)
tirinha do Hagar:
o pato de estimação o leva
à força prum curandô.

O tal pajélio sacode o pinto,
cascava uns impropérios runítivos,
lasqueia: "pobremalhão é o siguinte,
espiritites sazonelais

causadas por más candongas
e encostos". Trauteia uns biríco,
fecha numa garrafinha, entrega:
"são quinhentas pratas".________

mal saíram e o pato: "QVAACK!!" - e
o Hagar: " cê tem TODA razão".

Soneto, n.271(Para Carolis Vaez)

Jacarepaguá sete de junho. Derrepêntesis
Carolamiga sincopereia um forró 
montada num cogumelo gigante,
janela das Reticências 

e eu lembro que também já guardei rebanhos
e que hoje à tarde o céu diz cores de 
calma - bem por enquanto 
o riachim d'água esperta levou pra longe

o submarino amarelo e todos os tenentes mafaldo
com suas botas pretas e dentários góbelins.
Lembro que devo ao Heyk
um requiem para Bobby Fischer que borobó

make Sense: não dá pra limpar o sótão 
sem às vezes brigar com os macaquinhos.

Soneto, n.270("Ironicildo")

Entonces ê vai receita: um baile 
de mil carélias, não esquecer
a placa "for all"
na entrada________

o mundo inteiro
vai sacudir esqueletos,
ALGUM PAÍS tinha
que pensar Nisso... por isso

cabo Machado anda maxixe, marchando
em cinco por quatro,
sincopado... país
que segue_______

todo pimpão - recomendando
seriamente o arbitramento...

Soneto, n.269(Para Luciana Moraes)

Pastor em causa
de Nuvens_________por isto mesmo
a planta mais Taluda
nele jardim.

Eu sei que as mãos 
quedam quebradas 
um dia - Irinimporta,
escrevinharam

FOLIAS. Meus zóio -
um poço d'água Minante
semanáradas e eras a
fio?_______ mas fiz

barquinhos de brinquedo, FIZ! - e
a morte pode ir tomar no cu.

Soneto, n.268

Certa voz na noite, ruivamente
androuce um pássaro estranho,
assim Pratente, mas vestido 
em bacaxêra africana:

era talvez a ponte do meu rastro
achado enfim, desque ciganos 
disseram pro meu pai que o neto dele
só nasceria em Macondo,

e também-Brém terminaria 
sugado pra dentro do livro
como tudo em Volta, estranho terno
que a morte sacudiu do armário________

uma pena mesmo, inda que a morte
seja ela mesma instalação Provisória.

Soneto, n.267(Estudo sobre um recorte de jornal)

Olho o morro: de novo
o teleférico não saiu do chão,
e a paz(eu penso)
é velha rainha Sequinha,

encarquilhada como papel
de empós estágio na bunda. Federentina
que há muito esfrega a caraça
na cara de nossas portas.

Em cima da Providência
dragões cuspeiam fogo
no terminal(os orixás
nos acudam!!)________

olho os futuros: NENHUM 
acaba em princesa Nua...

Soneto, n.266(Composição Estendida, baseada em poema do Livro das Acontecências)

Numa bandeja 'castoada em prata
insônia de Salomé
e as naves
da catedral Submersa_________

no carcerério o Jão Batista aguarda,
um copo de aluá por entre os dedos:
pensando já oceanos 
de pátios e cremalhões

arroxeados pela manhã 
de outro planeta.
A voz-Estátua é núncio
dos corvos extraordinários_________

os tempos brincam de vestir futuro, mas...
nem sempre acertam elas búlicas.

Soneto, n.265(A Luciana Moraes, Mindinzinha)

Voante e leve
ela sombra do
pássaro - convite 
a que levante Horizontes

sobre oceanos. Eu sei:
há silêncios à espreita 
nos corredores, raiz(talvez)
de renitência ou ferrugem.

Então CANTAAAR! - 
mesmo entre rezas e joelhos rotos
subindo andêras de pedra. As asas -
há que Acendê-las__________

pois, inda que frágil 
ele arco-Íris é chão, dela Estrada.

Soneto, n. 264

Eu sou como um perfume
que um vento chato a noite inteira 
atordoa, e o ritmo em que gemo
não mais ensina sílabas 

à primavera. Também às febres
alargoronho dez pulsos, chuvas guardadas
por anos em meus cadernos de música,
ondina dança que sapateia, Macrônoa.

Funxões de ouro puxam-Me aromas
que cerram punhos e zombam
dos zéfiros - mesmo eles sendo
um escroto boi boi boi da cara-preta_________

os Três me lembram que apesar de Tudo
ainda há dentes de cristal pelas amendoeiras.

Soneto, n.263(Estudo sobre uma das caronhas da Morte)

Filhão do homem: contempla desde estas barbas
a canção que vai crestando
e não diz Nada - valei-nos Deus
que o meu jardim nem deu capim

nos buços. Restos de fé
que as águas vão consentindo,
face da noite azul. Depressa à dança,
nos diz o pássaro,

saudando o cântaro 
que se esfacela nas fuças da fonte,
andúmias dela velhice 
em/sob as capas do Inverno_________

até que morras, filhão do homem -
desfeito em pó numa bandeja Incandescente.

Soneto, n.262(Para o Marcelo Reis de Mello)

Primeiro foram eles Verdes 
subindo como água pelas paredes -
e a casa estava mesmo em modo
ponta-cabeçado_________

nada que impedisse a lateral janela
de sussurrar deuses meninos sobre as nuvens,
e depois houve caminhos
por florestas lunares________

barbárvores em legiões brincando de ordem unida
pelo espaço - três cravos e um quilo de rosas 
escabuchados no cadernim-Cabeceira,
bêra em mares de gelo_________

volteiam núpias e castelos dentro erêm mim,
certéias melodifusas...


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Soneto, n.261(Estudo em sol menor)

Do espólio achado em Qunram se descobre 
que haviam trevas sobre a face 
do Abismo, e que o homem sem Deus
é semente Encarcerada no vento________

no Cosme Velho inda marejam casões
onde há retratos do velho, suspenso ou não 
entreles dois acordes, diminutos Ambos -
espera-se, talvez, sobre meu rosto

um riso imenso, sonho d'Íris
de Ostinalícios delas torres derruídas
embora sambando à perna Grande,
que isso também indigestão não faz________

toda essa léria -autenticada e Tranchã -
achada no espólio de Qunram.

Soneto, n.260(Para Rafael Zacca)

Sempre que me alevanto
é como se retornasse: enguias falam
pelos roncúrios e os círios
dos ventos de agosto que passaram,

deixando brisas
pelos onguês das janelas - alembro
que fiz da indiferença bela Dádiva,
clareza do tino, Pétala

de bondes e árvores chusmados em poeira 
como a canela enlaça a pele dum churro:
portas à sotavento, e como os mártires -
querente da próxima Extinção à espreita_______

marulho os olhos submersos em Sono,
bolsos rotundos em pardais-vidrilhos...

Soneto, n.259

Dia. Manhecência brumosa
pela terra Inconha. Os passarins
bebem do céu granículas da garoa,
as solidões baqueiam-se Dentro,

mudam de cor, semafóreas. Os olhos 
já não são meus por Aqui - desespelhada
a sala do castelo - relincha o mar,
paredes enlouqueceram.

Ossos do sol andam à Bérra
valendo menos que o cruzado-novo,
bailão desvalido que descoroça árvores,
esgrouvinhantes ao perderem cabelo________

esta é a terra, tri-Mórtua:
vênias-Carnálias pro cavalo amarelo.

Soneto, n.258(Para Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Aqui rondamos ela figueira estéril -
de empós o Hóspede manguar-lhe nas fuças
um só cartão Verermêlho: não mais buzinas
saracoteiam na avenida estiolada.

No céu tresmalham ranchos de nuvens
como ovelhas que não têm pastor:
um vento de estranhura e Nódoa
faz tropeçar a migração dos cavalos 

enquanto - bêbado - Tirésias-Cego perora
"como pode ser feliz o que não é morto??"
e seu reclame sobe num tatalo de unhas
os quase cem degraus do Selarón________

rio que já não suporta caixotes,
garrafas vazias, fósseis de cabeças de peixe.

Soneto, n.257

Eis aberto o portavão redondo,
de plínea maçaneta no meio:
doze cadeiras episcopais 
e a mesa com jabuticabas

pintadas de azul da prússia. Olho as paredes,
apagaram o quadro com os ramos
da hierarquia dos sopros, na gaiola
eis môrtuo o canário famoso por Sarambêr

de cor os cantochões-Serafins.
Chegaram tempos em que no saara
os camelôs são anjos desempregados -
(e temer AINDA no planalto...)_______

ê Despautério, 'ssa geléia geral
descarrou, Medusa pôs butuca por Tudo.

Soneto, n.256

Quem vai no Piauí catar deus na feira
pleroma-se de procissão 'garrafada -
e nem assim o jegue de oito milhões de km
desenconcreta...________

Inadiantam poemas pra lua
e não há mais violinos alheios
pra roubar, na praça são salvador.
Macaco Tião morreu

faz pra mais de vint'anos,
Geraldão Viramundo há cinquenta 
fala do boi Maléfio
da cara-preta do túnel fundo________

sem lampadosa nem Luz, e Piormente -
o temer inda tá no Planalto...

Soneto-Estudo(n.255. Lembrando "Composição", do Livro das Acontecências, em versão estendida)

Bem no jardim
da pensãozinha burguesa em Jacarepaguá
cinco da tarde. Eu penso blocos de turânio 
formando acordes entre vinte sóis,

entre espreguiças e chinelos gastos:
o gatim que ali faz pipi lorderêa
educação que adevogádju tem Não, -
Mesmo sainte dos encorômios da PUC

ou dos cantínfleos de Roma_________
por isso helena anda chorósoa,
e tumbéim sandra, ivênia, clara
madalena e TODAS - salomé Maiúscula________

eu lembro as naves, catedral Submersa,
mais o quengo do santo na bandeja de prata...

Soneto, n.254(À memória de Mário de Andrade)

Um belo dia 'Noiteci sorinzínhu,
e as cabras das montanhas 
feriram cordas de pianos 
amarelentos, e num catírio seus rostos

desfizeram-se em pó, depois da monta
nos tietês bandeiramente! Garóloa fina
sorri, e foi a última vez, meus olhos Nus
em pleno largo do arouche

onde no Antanho um capadócio
plantava máscaras paroxais
de guarda chuvas à serviço 
da própria mão-Sumé da tempestade_______

mas...chove? Sorri diáfana, bem Debussy, o que eu
traduzo assim: cortinas transfundindo Outonos...

Soneto, n.253(ou Eclesiastes capitúlio dôzimu. Ao Heyk Pimenta)

Ebós-caminhos deles todos os homens:
há um conflúio de trens correndo juntos
que também vestem ruazinhas dormentes,
sem retratos do Getúlio pelas paredes 

nem Chisme de inspetor de quarteirão 
soprando o apito dos índios.
No que se pisca a Curva derrepenguente
delira e logo - Pássara - desaparece________

a gente acorda e já passaram cem anos,
boiadas que não mais se Arrimam.
E a vida 'rruma uns cantínfles
de erupiômetros rodorandados por meninões

gigantescos: vento de virar jangada,
ebós-Caminhos deles homens todos.

Soneto, n.252(À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Inscrito num incrusto de rocha:
"vida é baile na roça 
sanfonorado por andorinhas
a quem o esquecimento é Negado".________

É Ranço de mariposa parturincendo
cem ícaros no olará dele Sol,
depois um gigantesco demônio 
aRRota gargalhadas verdes,

e as naus retornam à baía
trazendo as sete princesas que morreram,
mudando toda a pauta do jornal:
esferas de Luar não se correram..._______

se um deus morrer corre no estoque, minino,
a vê se já chegaro os estepes...

Soneto, n.251(Cântico de São João Bapetista. Pro Hugo Stutz)

Mas quando é que se acalma em Mim
essa fértil disease a que chamam VIDA?
Se eu vivo de soletrar horizontes
então são nunca é esse dia,

mesmo entre os demônios do deserto.
Uso elas mãos sem precisar de cajado
e cidades extintas ressuscitam,
planto alfabetos pelas esquinas das

montanhás, enquanto a Virgem Forneia
bocas talhadas pra receber ele o Verbo,
hospedício delas nações, mentor de um mundo
onde não mais destruirão a Poesia________

e que ele Cresça - o Cristo Vivo das gentes -
é Necessário, enquanto eu "assim vou me aaacabaando..."

Soneto, n.250(A Luciana Moraes, Mindinzinha)

Trocentas flores morênias
não desembocam na hortênsia que És,
ó tu mulher que afagas a cabeça
do homem, descabralado e falido

que sou eu no presentente momento.
Eis hora propiciatória, amada MUSA,
sacundê de se enxergar no horizonte 
os varandais onde águas Múltias

retumbam, e sobre elas terraços 
tão desespelhos porque não mais prereciso
chorar nos muros a catifunda caatinga
da castidade enferrujada há Mutcho_________

vejo uma escada à janela: miliriformas
do AFETO, são anjos, que sobemdescem.

Soneto joéslio(Sobre as denúncias JBS. n.249)

Tenho estômago de Sísifo, admito,
mas as notícias que vêm lá do jaburu
começam um corrozéu Catifundo
não aqui pela piromba Eternícia, mas

no fabungo que a trauteia(eu!),
mal vem trincante mais uma cor
de manhã - cumpádi, tá MUI difícil 
'glutir a terra bruta do homem,

venho sangrando, cumpádi, venho sangrando,
são muuuitas harpas de Obuses, olhei
no mesmo sítio de ontem, sumira
aquela roseira que dançava anteriormente!___________

o jaburú aRRota uns runs de trator
flanando num tapete de cadáveres.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Soneto, n.248

Tua mansárdia-Cabeça é dália
cujo ele mar jaroba aos cem pés
rosas de areia, e Chama, pras
naveganças: mas teus ouvidos

andesqueceram muletas, abelhas
que não atraem mais luzes
nem fios para teu vestido. O fundo é
largo, campo de neve e o vento À Beça

faz ooooouu... tempestuou pela noite
e não Estás nem ali nem na praia,
ainda que dálias, cabeças, tu mesma,
tudo eram Casas pra nossos ombros_________

mas... teus ouvidos andesqueceram muletas,
e inda ISTO é depois, dela segunda morte.

Soneto, n.247

À sombra de minhi-Alma
é Névoa(se dissipando
mal vem brisando
manhã): refugo e fujo

crepúsculos de alfarrabetos
extintorêneos, Mortírildos -
onde foi pleno o solário
um velho canta a noite nos lábios,

rangendo a quebra do cântaro,
rangendo o copo de prata Entontecido,
rangendo a pá rancando elas flores
de seus castelos ensonharados_________

à Sombra de minhi-Alma choro os Entempos,
foram planícies com vinte sóis Calidêmeros...

Sonatina Bíblica(Soneto, n.246. Ao Hugo Stutz)

Mandrágora: mandinga - famosa
nos orientes como
enche-Bucho, traz-Cria.
Virou fla x flu da Lagoa

pras duas mulheres de Jacó.
Resultê desse esbrégue
anda até hoje Berlíndeo,
folhetinêu caruaru________

a que era fêa conseguiu piroca
do marido que não l'e Amava,
a mais bunita e mais moça
ganhou foi Serúba(de-Nada):

foi Léia quem pôs no mundo
mais Um, pra lista das doze tribos.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Andantino Semplice(Soneto, n.245. Parceria com Luciana Moraes)

Manhã que se entreabre em pétalas,
cada rosácea de nuvens é povoenta cidade 
'rrastando espadas onde a luz Enfresteia:
sombruras fogem, nos troles da noite

Finda. Da janela a esquina em frente nos abre a
hóstia do mundo, com suas máquinas de calcular
e suas dálias gigantes de mil baraços.
A Virgem sopra seus anjíns retchôntchos,

rezamos pelos zé-homens e seus pássaros enjaularados
dentro do peito - carcaça dela barata de óculos 
que sempre mura com chumbo
os braços-árvores Incauteríssimos________

rezemos pelas sementes, se tornem em Mudas -
e todos Sintam que a vida muda - pra Sempre.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Historiânio...(Versão soneto, n.244. Ao amigo Sergio Cohn)

Era uma vez em Condeúba um buteco
feito pra Acabar os homínidas, - mesmo aqueles 
pra quem a vida eram ainda semi-garranchos,
seios mal-amanhecidos.

No largo da carioca brotoejam gravatas de 1 real
dizendo que "demoniões escancararam o Abiiismo!" -
e o bar é qualquer rua agora,
justuramente, praticumbum_________

era uma vez a serpente, e o pano Ornário
que vai Dar na serpente, era uma vez 
meu tio pregando fogo no corredor, e na estante 
Totônio Rodrigues dizendo que era em São José,

desnecessário Avisar: elas rezas
não dão mais de comer às roseiras.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Diadorício(Soneto, n.243)

Madrugançália, dele abrilão vinte e dois.
Jerusalém quéda em chamas à vista
dos helicópteros, cristais retinem Paúra
nos móres lumbres corbélios, plenos

de rodoPios: novelos que as ocarinas Desmaiam
enquanto sol Descabela. E são Locustas
de cinquenta e sete invernérios
na luz da folha em diamantina Imaginada__________

forcas de Entruz, cinzalha anil de brocado,
catiras Roxas a luararem-se em
velas, altares de cento e mais sete
pontes levadiças de eu-ter-Sido__________

os céus canoram kyries de urubus-jereba
num sonho d'Íris, morto a ouro e brasa...

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Prelúdio Trístire(Soneto, n.242)

Morrer é terra vista de marejões Devastados,
receituário arranjarado como se andasse à Bérra
a Finalência dos Tempos, água que não se aprende mais
pela Sede e que não vem no jornalão do senado_________

jaquelirine sepulta é mais buníta que os anjos - 
diz o poeta anguloso no menstrurêncio das madrugadas -
já preverendo eles sóis crestando as fúcsias
no grão-solar Cinzerento do Cosme Velho__________

ninguém mais lembra os ocres brilhos vidrilhos,
quando ela porta dos fundos recebe Orêiro
e comenda - ofício-trem no altar terrestre 
de candelabros que multiplicam as Nuvens:

morrer é renque de Trovoências possíveis, soteriões
de sete notas cirandeadas, Asfálteas.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Coisarandança, n.0(Versão soneto, n.241)

O que o mar e o canavial não aprendem é
que o sobretudo anda com bolsos Trirrôtos,
falente em pássaros, lúrias e cataventos,
chanfalho onde se extinguem as Naus_________

há mais enguias venenosas nos porões do homem 
do que as tevês cantinflam pros mungunzérios,
que tendo ouvidos não Ouvem,
tendo olórios são Cegos.

Do outro lado da praça é Incêndio 
e ninguém lembra que os humildes de espírito 
verão a Deus, são parintins ao Contrário,
jaburus descaintes por toda extensão dele Espaço_________

inadianta anoitecer Rápido - é outra coisa 
que o mar e o canavial Nunca aprendem.

sábado, 8 de abril de 2017

Sobre ela Insônia dos Nós(Versão soneto-estudo. n.240)

Segundo alguns o mundo nasceu dos labirintos
de Antífiles, por culpa de Prometeu:
foi decifrar alfabetos que jaziam mortos
no sono das gigânteas girafas________

foi Mesmo o início da insônia dos Nós,
que desdantão sobem muros
n'alma de tudo e todos, rinocerontes 
no escuréu deles cantos, manhícies

dos Beleléus porvindourosamente! Virão 
que nem carcaraças - bois descendo loucos
o rio Tietê, vidririlhos dos outror' homens
agora gavetas de bocarra Aberta_________

um mesmo anjo 'sgadanhará com os espelhos,
varrerancendo os palantins da Memória.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Desbacorêjo(Versão soneto, n.239. Parceria com Luciana Moraes)

Roseiras que dão-se os pés,
sangue em réstias de cabuletês, o olhar cúmplice
desbacorêja cem pássaros às prateleiras 
do céu, mandala deleres Três:

esquecer as vírgulas e transformatar em AVES
os últimos vagões de bauxita vestidos com as roupas
de quando os bandeirantes fundaram brejo-da-cruz
sobre carcaças e milhões de flechas -

URGE revogarar disposições em Contrário, porque
ainda crescem no mundo eletricidades
com pés gigantes e cabelão 'sgadanhado,
brotam delas Cagarras as sete faces

da Besta_______ com três erínias em cima, Nenhum sinal
da volta do filho pródigo.

domingo, 26 de março de 2017

Soneto-Estudo(n.238. Pro meu irmão André Mauro, em seu aniversário)

Noite quase oito horas. Coisêra
assim cavalânia, pernaltares de Santo Antônio
e mais lúminos dos seiscentos olhos
descritos nas visões de Ezequiel_________

há mais nas dunas de sal
que as rodas a subir pelos ares
dos quatro animais viverentes e a mór-distância 
entre o cerrado e a ponte rio-niterói:

ainda há pássaros nos bolsos do sobretudo
e virgulências de Cor nas gotas-Âmbar da chuva,
entardeceres que as árvores vestem
pelas dobrências e pálpebras da terra________

como ela Sarça a marejar a mensagem:
"NEC TAMEN CONSUMEBATUR".

quarta-feira, 22 de março de 2017

Soneto, n.237(Jonguê dos Cavalarânios. Para Talita Stutz)

Vão noites de terça-feira num pensavante
seguinte: cantiguerências onde esperantos
são vistos se Despedindo, bondes Roncarextintos
que há séculos não sobem a vinte e quatro

de maio, Méééier de seus dois cinemas
sepultos sob pentecostes Malditos e apóstolos 
que Enganam com trinta pernas,
carumbés tralhadores

puxados por anjos Tortos: cavalarânios
que nos derrubam, e caímos às cinco da tarde
na avenida central, isso porque
a vida é Breve e o instante é Ranheta________

Nevoências na cidade dos homens, bestialário
de valsizânias e trigais com urubus-jereba.

sexta-feira, 17 de março de 2017

Soneto-Estudo(n.236. Para Melissa Cathaldo)

Treze formas futuras dançam o corpo
das marés, na fronte delas um sol
desvestilhando cinzalhas, jangada que
mór-Retorna, com gente Viva por cima.

Mulheres-algas troteiam nos saxofones
um samba usando utensirílios da cozinha -
isso apesar da sinhá ter ralhado Feio, -
mas quem se bole pra quem perdeu o lugar

na máquina do Mundo? O morraréu é que
sabe - carnaval resolve todas 
as guerras, lá desde o tempo do
cabo machado-maxixe, Polissilábico__________

quê mais? Duas mãos longas regendo Esferácias,
flores-Íris - Nascentes, dos olhos-Longe pra Deeentro.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Soneto, n.235(Para Luciana)

A alma: de livre mente encarceranada
em TI - acordo no planeta-Navio
pós um sono de quarenta invernos
sob um céu grego__________

e teus Haustos, amor, fulgiram fogo
de Prometeu nas minhas trezentas estátuas,
vôos sobre igrejas de pedra
e a fonte do Alto da Boa Vista

num dia garoônico e Infindo
onde o compasso do Tempo eram infâncias
renascituras nos roseirais úmidos, vasta e linda
arquitetura da chuva________

ancoro em TI, de livre mente, a Alma:
que sejam UMA nossas águas subterrâneas.

*(Escrito ouvindo o poema sinfônico "Naufrágio de Kleônicos", de Heitor Villa-Lobos, onde está o "Canto do Cisne Negro")

domingo, 12 de março de 2017

Soneto-Estudo(n.234. Pro irmão Alexandre Guarnieri)

Entre visões de moimento
o mar se enrola feito pergaminho,
e passa o mês de novembro,
céu de espasmos Adultos_________

morte em câmaras surdas
desfila seus cozinheiros 
mesmo entre as torres de São Bento,
noite de cal e Sangue,

morte: Polissilábica, e Nela
os últimos espelhos Secam, depois fabungam
nos garumbós-Despenheiros,
pedrácias Riem, sacudindo as madeixas________

às margens dos rios de babilônia
penduramos nossas Cinco Salas.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Sonnet, n. 143( Luciana's translation)

Sonnet, n° 143 (To Sarah Valle, Darling)

Birth is too Long:
still not accustomed
to move clouds with looks-Dream,
to draw cirandas in B flat

in the country of all children,
where there’s neither silver nor gold,
Nor vultures circling livers,
And the afternoon is always Morning.

But ,instead, the world is Manhattan
on horses slaughtering pianos,
Boredom wears hugo boss joyful
on the ox-Dead of times______

birth is too Long: intemperance
without breeze from Velocipedes.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Sweet Lullaby(Sonnet n.100. Luciana's translation)

Of the burial
that passes off
less important than
what stays:

too Rare a life, dressed
in bird and Hurry
and him wind - heavier and Savage - takes her,
with the lea

                  ves
                     of
                every
                       one

to a "Faraway"
without semicolon...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Soneto-Estudo(n.233)

Rua fulano de tal,
ladeira Acima ao gauchê
geremário, casa. Alpendrim que o cabrunco
senta à beira dum Copo__________

os escuréus por riba das telhas
prometem madrugada de Chuva. Estrelas hoje Cambaias,
não mostram seios e coxas
pro nego véio, outrora estiva-Muleque

que todo sábado pontificava na Portela.
Isso anteontem. Hoje cinzalha
é cabelêra que Resta, perdida irene a esperança
e mais bantós-Cumarís dela vida que Descoisíííu_________

rés de sol agora um só Nevoeiro,
um todo Inverno a lhe Queimar dos espelhos.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Soneto-Estudo(n.232. Para o Hugo Stutz)

Fraldorões dela serra d'Inajaróba,
cheirume de noite Rente:
trevura evém se pindura que nem priguiças
(enquanto sol no Japão).

Aqui - paredes curtas trescosturadas
com janelérias daronde eu vejo lá fora 
rocinarantes jantando o morro
entre o princípio e o fim.

Tudo naufraga nas arterências da chuva, 
mas a jangada à praia retorna - viril -
trazendo o Tigre do próximo Tempo,
que reinará sobre as grandes Catedrais__________

quando o relógio Despauterir os ponteiros
o Hóspede ressurgirá, nas Cinco Salas do homem.

Estudo sobre a Memória Contínua(Versão soneto, n.231. Pra Mindinrinha Luciana, e pra Irmãzirinha Emanuela Helena)

Ali - paredêmio(alhures de Mim), -
dependurado sobre cordéis girolírios,
um boitatá pressuroso aindaima butucas,
portões que dão nas fraldas 

de Inajaróba, carrapeta Estridúlia
que sabe a orquestra de cigarras,
pra que o relógio fale e aquela nuvem
desça até nós nos jardins,

tigrácios subindo aos pares
em muros, braço de mar
maxixamente aleitarando Vanhãncias,
e mais quimeras, uiaras, oxuns-de-Rio__________

tudo saínte aos paredêmios(*)liriogirantes,
ela memória, inás-de-Continuaramente....

(*) Paredêmios: paredes.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Soneto-Estudo(n.230, para Luciana)

A vida-Mona anforizou-Se:
losangos e pássaros e cubos Tranquêros
no revertério deles sóis Abúlicos, manjários
sobre dois acordes_________

demônios verdes(daqueles que Murilízio diria
"não serem sopa Não") - quando ele Hóspede
e a Virgem Branca aparecerem
 no céu - farfalharão Descoisidos

pelas janelas do espaço, transferencentes
em matrioskas cujas gavetas vestirão Muito
os tons dos girassóis AMARELOS - Trezerencentos,
enquanto o mar devolve todos seus Mortos__________

o verme Inverso de inerme
roererá todos os dentes da Magra(*).

(* antigo apelido dado à morte no
interior do Brasil)

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Soneto-Estudo(n.229)

Rabisco pela janela, aberta, braços em Sépia:
vejo corvos gigantes transfulgurados,
triangulares com o trigal embaixo, Pancararús
pela memória do quarto__________

no futuro um Verme roerá a morte,
chuva nos mocambos do Crato -
outros pássaros e losangos pelos lajedos
serão tangidos por miguilim

que na verdade é bisavô de meu filho,
mundo que se abre Novo,
novos cordões e bandeiras, os Três 
pra Sempre nelas Raízes do homem____________

que já não mais Nunca Mais
será cavalo do homem.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Junto à lápide dum alfaiate de Catende-PE(Soneto, n.228, com estrambote no terceiro quarteto. Pra solo de Fagote e quinteto de Pifes. Pro meu irmão Luis Felipe Leprevost)

O tempo rodorizou sua máquina 
de Foices. Somente avaro pra ti
nos Esperantos(quaisqueres), e O Trajo
ficando sempre por fazer.

Mas seguraste a Paisagem nos dedos,
(dedos) que herdaste de teu pai
e cujo orôzco vige Retilinências
atééé os cristãos-novos Expulsos:

dizer também que ele-Tempo
(ou sua magreza Extrêmeris)
jamais grandes giros no espaço.
Muuuitas as vezes que viste AFÁSICA
a viola das panelas de feijão_________

PAZ a ti no teu Osso, Irmão -
distante das erínias todas.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Erexumando ele Losango Cáqui(Soneto, n.227. À memória de Mário de Andrade. Pro amigo e mestre Alberto Pucheu)

Trançura
nos horizonte' montado a cavalo:
as nuve - butuca abaixo
na minina magriça

que sobe à frente da vó, velha nastácia
a milinguir morro Acima
um rouparéu bem no quengo
com lenço

rubro. A neta, toda cantária -
"trali-laralááá trali-lááá
trali-laraiááá" -
num repente se alembra

da vó que Trupica atrás:
"qué mi dá, vóóó?" - "Nãããão..."

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Embalarê(Soneto, n.226. Para Luciana)

Embalarê dela praça:
água canta na fonte 
(pudicamente), mijada
por meninote de bronze. Você Posseira,

aqui DENTRO: teu corpo segue (tão) branco,
pontereios de lua - sobre palavra e dança.
Dias que mudam o tom: iremos 
cantarandando, acumulando paisagens___________

Munderéu parece ter nascido Agora,
pleno de ares que tomam banho
e casas vestindo Amarelo - você sorri girassóis,
desmancha a sombra das estátuas__________

nas cinco salas da gente
Os Três andam plantaaaaando Sêmpreres.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Esboço à mó-Carvoíce(Versão soneto, n.225. À memória de Mário de Sá-Carneiro)

A vida-mona anforizou-se em plástico,
mornidões sépias de
antofagastas Falsêlhas, corredorões
ver gigantescas asas Inúteis__________

não há pelos rascunhos em papel vergê
esboço de janela ou porta, e nele porto
o meio-pau é a língua das bandeiras,
porque chegaram do mar Alto as naus,

trazendo as sete princesas que morreram -
regatas de luar não se correram 
(na catedral sussurros de orações...),
eu vi Fugício todo sol nas tardes________

evanescente
qualquer ebó de ver-Norte...

A Casa em Jacarepaguá(Versão soneto, n.224)

A casa em Jacarepaguá
Recende a mato, e Cansaço.
Bulbos de centaurodontes fornalheirentos
junto das órbitas dos olhos.

No mar tempéstuo do acorde si bemol maior
as criaturas sem Dorso avançam pelo
meu cérebro, estrada pós -Lumiar,
terras sobre oceanos Desertos.

Os signos são touro sem terno Pronto,
e a mãe vaga com seus choros Órfãos 
no despautério da velha e baça lanterna,
a esfregarar nos focinhos a tal casa,

em Jacarepaguá: que Fede a mato,
e mór-Cansaço de Tudo.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Soneto, n.223(Para Luciana)

Bem nas cacundas do quintal grande 
soturno edifício Fandanga: acaborou-se
a vista Inteira pro mar, cidade aperta uns ilhós
no cinturão de Concreto__________

montuê de porta-aviões pelas artérias,
relojeco faz pouco amunhecou dez horas,
o fantasma do inspetor de quarteirão 
sopra um maxixe no apito:

"Aléééém da Treva olha a chuva, enferrujando 
mandinga que já foi Possível,
que hoje a festa é dos Cornegurundos
querendo muro do México a Nova Iguaçu__________

Tranquêra, viu??? 'sses peidorões do Capeta,
parindo intões Cabamundo!!"

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Polichinélia, n.1(Versão soneto, n. 222. Pra Luciana)

A serra do rio do rastro fica lambaixo, 
no Sul. Eu nunca fui, mas nem por isso
dou pé lampeiro
pra rabo de poraquê__________

inda é preciso Nascer
pro Rosto das manhãs de neblina...
----------------------------------------------------------
O mar a flor as cores todas da lua
bem cabem num almanaque rebolado,

enquanto eu cismo
nas construções dele Tempo
e engulo ostras
em grupelhos de Vinte_________

novo Espírito suspende a lampadosa do Encanto 
pra Gáudio dos terraços sobre Oceanos.

A Roca da Agulha Márfara(Soneto, n. 221. Pro Hugo Stutz)

Eu sou triste como o prédio menezes-côrtes,
ambrósio de viuvez esfumaçada,
um coro louco de coiotes Cúbicos
pra sempre Noivos da minh'alma nua...

Lá fora chove e são isótopos órfãos 
que acabaram de chegar d'Antanho,
a Casa Kosmos persiriste no adágio
de não ter impermeáveis em liquidação___________

saber que o Inventor das Maquícias
são Três e ao mesmo tempo Unonítono
faz fuzuê nos macaquins cá de-Dentro,
na penumbra dum quarto entre mil Sonos:

sou todos os homens Estendidos na mesa,
de roupa preta pra grão-Descer nos Infernos.

Quermesse(Soneto, n. 220. Para a querida amiga Tatiana Pequeno)

Quermesse: tropel de louça quebrada,
os vãos bracinhos a pedinchar automóveis,
enquanto - cérbera - malvada bruxa
amontoa num palco os corpos nus_________

são Ningueréns. Ou melhor, foram,
cubistamente Distronchos desque vieram,
não consultados, em grupos de mais de cem(surripiados
no desembarque de quaisquer direitos ao Sol)

e assim crescêro até virarem mulheres
de couro sépia em fundo sangue-Merdoso,
parindo bácuros(não consultados também) 
de cor verdêje-Morrente, culpa da bruxa_________

que tem coturno e nome(TÔRVO) de hômi,
Gentileza falou dele nos pilastrérios: CAPETALISMO.

Rodopiaréu em forma d'Antífona pro dia de Reis(Versão soneto, n. 219, para Luciana Moraes)

Penico que se Prereze
também fossilha e cabunga,
à solta na grande escadaria,
enquanto o vento varre as sépias Folhudas

e grãs-cortinas e Chincalhões nos retratos
cozidos ao paredê desque foi Fico
aquele dia janeiro no paço dobre
dantanho___________

ainda é verão deste lado,
maculelê no Intó palácio dos pássaros
tirado aquele assassinado pela flecha-de-fogo
(e a gente Reza pra não ser o Uirapuru)___________

os muros ardem num sol Munguélo enquanto engolem
crianças Órforas deste país Golpeado.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Oração de Ano-Novo de São Mármaro(Soneto, n. 218, para Luciana Moraes)

Pai da Eternidade: é Vívido
que há muito aturas estes meus ossos,
esta caveira enferrujada e trôpega, abôio
de chuvêra braba, daquelas de rola-morro.

Procuro ainda o cerne de um Tudo
que me leve aos jiriraus de mim-Mesmo,
enquanto o resto dos sacis filhotes
avança sobre camelôs(tão Rocinantes!!)

nos pés de chumbo da serra, e as árvores 
olharam todas pro mesmo lado que a
estátua de sal olhou, no Chile de Allende
em 73, vaso chinês imoverente, mar Morto__________

Senhor! Fazei que eu seja um soproréu Contínuum
nos haustos Roxos que mais sacudam cacundas!!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Interlúniuns(Soneto, n. 217. À memória dele Mário de Sá-Carneiro. Para Luciana Moraes)

Tacitúrnico nos interlúniuns
o reresgate foi vislumbrê Distancítio:
apoteose de falso rubro em melodia dôbrea,
sem mais tangências de amanás e Crisantes_________

os meus sentidos rugiram mastros
quebrados, sonhões de Íris postos longe da
praia - a grande taça de cristal e espanto 
rangeu falsêlhas de ouro Grogue, Avalâncheo:

não fui nem rei nem manto-de-Astro nascente,
e mágoa-Azul foi todo o sol que trancei
num prequetéu de sombras jaspe e Outubras,
e mais cibórios de braçaduras Partidas__________

a última ilusão foi Mesmo a fuga d'espelhos,
insônia Roxa deserterária, não Lúnia.

Salviçorôntio(Versão soneto, n. 216)

Salviçorôntio de mais um dia abro nos horizontes
o antigo Livro dos Mundos:
os Doze - antigamente Chamados -
são gigantescas estátuas por onde o Vento

faz tilintar as chávenas de chá,
e a fumaça das chaminés de Bangu.
Acendo velas sob o rosto do Zygmunt,
morro uns tantos de japorés-Parecis.

Apolo vai se deitando - procusto -
no quarto, amásio duns Quintos
já no cangote dos homens,
assassinos do Hóspede__________

Verejo aranhas na profusão dos Espelhos,
seus bordados são atomízios Famintos.