terça-feira, 31 de maio de 2016

Soneto-Estudo, XIV(Soneto, n. 200)

Acordo para: os Ornitórios do mundo,
depois de brutos cavalanos cinzas 
ventarem sobre a antiga Tebas
e resgatarem os minotauros restantes.

Pra adonde correm eles Tudo?
Talvez que levem mensagens às solidões 
das catedrais submersas enquanto esperam
que o Vesúvio de novo não se levante

em auricências de Enxofre. De todo modo,
quando apareço no cais vejo ao longe
horizontes de caravelas trazendo os corpos
das sete princesas que morreram_______

Mário de Sá me Relembra: a ponte
por todo o cais é de araque, e Derradeira!

Soneto-Estudo, n. XIII(Soneto, n. 199)

Mundo vasto e Roncolho,
o que pretendes Comigo?
Já conheço teu alfabeto - outrora 
tive dois pés.

Até trancei comovido
sete buquês de mulheres, inclurusive
a loura julieta, enamorada, quando eles sons
Troteavam sinos através dos pampas_______

São Mármaro invoca os trombones
e a bateria da Portela
pra despertar oceanos
e os peixes do colega Antônio_______

encarnam lua e sombras, caem cidades
das prateleiras do Céu.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Soneto-Estudo XII(Soneto, n. 198. Homilia de São Mármaro, para o dia de Corpus Christi. Pro Jeferson Nascimento)

Quando homens-Cornos fecham os olhos da Alma
os anjos batem em retirada_______
não há orvalhos nem fontes que Cheguem
pra matar a sede dos pianos.

Com tanto átomo desembestando na Bélgica 
não tem quem refaça o Reino das fadas,
o cavalano amarelo avança
com as bênçãos do grande Dragão.

Pois eles homens desvêem os minotauros 
trotando pelo céu no lugar dos pássaros??
Bem feito, quem mandou desligarem as cores
e desinventarem as Infâncias??

No tempo das pessoas-Aves tinha disso Não,
homem, leão, e cordeiro eram Irmãos.

Soneto-Estudo XI(Soneto, n. 197. Pro Guilherme Gonçalves)

No dia cinco de dezembro de 1791
o horizonte acima das cidades
se tornou Rubro. E o mar suspendeu os direitos
delas sereias por oito anos_______

enquanto isso na capital da Colônia 
o nosso Alferes aprisionado penseia
mais Nove Vidas, colher pássaros no peito,
quem sabe ainda soletrar as Nuvens.

O antigo clamor do homem-Só espanta
aquele rebanho de tubas à espera
do velho Ferges, enquanto sombras escalam
muros, e os dias batem a porta dos fundos________

ninguém moverá para Mim
a máquina do sonho e da noite.

Soneto-Estudo X(Soneto, n. 196)

À beira da sombra
lembro a noite em que nasceu meu pai,
onde cem pés de Otumãs
enxergam da varanda o horizonte.

Sererafins desposam lágrimas de barro
sobre o retrato do Velho
suspenso entre dois acordes,
e o sol de quase dezembro.

Os homens são pardacentos e chochos,
já não são crases, nem bêbados_______
esqueceram as estrelas
em cima das pautas de música.

Ó bússola de meu Exílio,
vejo meus netos me Derrancando a memória. 


domingo, 29 de maio de 2016

Valsizânia Roscófia(Versão soneto, n. 195. Para a querida amiga Alice Sant'Anna)

Rabisco este soneto absurdo
porque a vida é breve
e o instante é Ranheta, roncó de erínias
e todas as derrotas no último pênalti.

Não sou alegre nem triste,
nem bonifrate,
nem tango que Chegue
prum doce.

Fiz prova pra amanuense
e não passei dos Entrós: o médico responsável
achou arranha-céus no meu sótão
caindo em cascatas pelo céu Magunço_______

sou mesmo é Virinão cascabulho,
fabungo, sem prata, nem souzafones.



quinta-feira, 26 de maio de 2016

Incências(Versão Soneto, n. 194)

Quando nasci anjos Tortos
disseram Nada______ mas aceitaram
florices brejas incências da turma
que pintou lá em casa no Méier.

Os bondes já não tralhavam há muito
na vinte e quatro de maio, nerém não Mais
subiam pela dias da cruz
com sete pernas de ferro.

E no quintal lá de casa era a cerveja,
os baticuns da Portela nos açambarques
por Tudo, e o pessoal nem se dava
de suas vidas um dia mais Curtas_______

a mãe, de branco, mostrava prum mundo Cânho:
sóis nasceriam, árvores azuis por Cima.

domingo, 8 de maio de 2016

Soneto-Estudo, IX(Soneto, n. 193. Para Gabriela, e à memória dele William Blake. Também dedicado a Patrícia Vital)

William Blake me acorda para as grandes
navegações, enquanto o mar a meus pés
empoderêira-se de estromatólitos
que na verdade são Cantarências

de sóis crestando as últimas ladeiras,
e minhas unhas escondem algas vermelhas
atrás de cabeçorras de pedra
há muito alicerçadas na ilha de Páscoa.

As nuvens todas parecem brincalhar
de Cirandas enquanto escondem sete cabeças
trezentos chifres e todo o mais não-sei-quê
receituário pra Finalência dos tempos________

Jaquelirine sepulta era mais Linda
que os anjos, - foi seu Will Blakenfalô.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Soneto-Estudo, VIII(Soneto, nº 192. Para Maíra Ferreira)

Ofício no altar terrestre:
passa(tchunguitchungando) ele trem -
maria pare fumaça, alimentada
por um cabrunco, Fulozançô que nem

ela. Vamos banzando Ouro Preto,
em Tiradentes deixamos roseiras
dando-se as mãos. No céu as filhas da tarde
expedem trrrrovões como telegramas:

certeza de chuva despencarando por lá.
Candelabros se tocam no meio das nuvens,
tambores tomam todo o horizonte,
colcha azul Desmilingue_______

eu rezo: aguaranzéu seja Muito
à mode um Chamego pra Doroteia.

Soneto, n. 191. "Triristonho".

Quem sou? Segundo alguns,
sou barro, tirado à força
dos labirintos de Antífiles,
mouco desque nasceram as  primitivas

maracas. Pra mais alguns
sou rés-cabrúcio vestido em trajes
civis, erê sem Jança nem
braços(desque o dragão da Maldade

descatembrou Tancredo e Amarildo).
Mas sou no duro coches de vozes
ver pianolas sem roseirais e
manhícies, onde oboés Murcheceram_______

e mais Cinzário inexisto,
tão Desenredos, ijuís de sol Posto.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Soneto-Estudo, VII(Soneto, n. 190)

Entonces: desisdirei sabiás.
Nos horizontes vão Khomeinis, Irãs -
rés-minotauros sobre os cabelos das
árvores, boi Cajurú: xerém,

tão multi-espantosamente Jacinto.
Vida anda parindo espingardas
e as filhas da velha Engrácia
vendem seus corpos à sombra

das guilhotinas, na certezura
o restante de nossas magras
Sombrícies, onde hominídeos deslocam
mastins de pedra pela campina Deserta________

zés-Chifres plantam Fogueiras
por entre as rendas do céu. 

Soneto-Estudo VI(Soneto, n. 189. Pra Gabriela)

Manhã desdobra seus olhos Lôngiros,
Remelerentos. A última estrela
despe a camisa, boceja: hora de Antares
dormir o sono dos anjos,

que aliás enrolam de novo
as tábuas da lei de Murphy -
vivi pra ver mais um dia. Exulto,
com mil cintilações de roseirais

pan-Prânicos. As dez colunas do Tempo
de novo se abrem pra Mim,
egresso dos baixos fossos
e de eresgares Migrêncitos_______

à mesa dos pães dormidos vi cartas,
notícias que os peixes trazem de Ti. 

Soneto-Estudo, V(Soneto, n. 188. Pra Emanuela Helena)

Roseiras dando-se as mãos 
em jardins plantados sobre oceanos:
espelho que devolve imagens 
de alfabetos Ocultos desque arlequins

banzavam prélios na outra margem do
Nilo. A vida múltipla, ocânha
é manequim de cem pássaros
enquanto caem cidades das

prateleiras do céu. Guardo homens-gavetas
no último armário do sótão:
lembrei que fazem também  cem anos
que o filho pródigo despenteou as nuvens______

sou três mulheres nas Sombras
derecifrando os alfabetos Ocultos.


domingo, 1 de maio de 2016

Antífona Estranha, n. 1(versão Soneto, n. 187. Pro Santiago Perlingeiro)

Entonces:
de cálices-Pedra e mais serpentes de
bronze os Esperantos da terra.
Jubiabás andam longe: sou todas

as caravanas de Hagar em
rumo-Norte pro Egito. E não respiro,
nem Tebas. Cartago inteira
anda enfeitando Gramacho

e os hômi Côrno
nem se mutucam nem Vêem 
(é o sopro dele Dragão
nos mares do mundo Todo______

seu número: de homem,
e Tríplice. Pra sempre amém).

Antífona Estranha, n. 2(versão Soneto, n. 186. Pro Guilherme Gonçalves, e Augusto Guimarães Cavalcanti)

Depois foi o sexto anjo
jogando nos ares sua Taça,
plena das lágrimas 
e das chagas dos Santos______

eu vejo os homens como enormes Jequitibás
às tontas na imensidão dos campos,
onde trigais transfeitos em Pedra -
são cavalões Macilentos tudo que resta

de infâncias mortas nos olhos cercados
de muros, anoitecência mais Vasta
sobre terraços imunes à palavra Cor,
naus perdidas nas Társis, pra nunca Mais______

e mais seiscentos dias, a cantilena dos corvos
todo o Sacrário que desta vida se Leva.