sábado, 30 de abril de 2016

Soneto-Estudo, IV(Soneto n. 185)

Masgado em Nérias profícuas
sofro rés-Perestrêlos na cachola Doida,
coxo e bunfo me acordorendo
às dezesseis e cinquenta______

pouquíssimo antes do Gilberto Gil
esfaquear a pulcra e lôka Afrodite
ali no rush da Venda Central,
pós-avenida onde rosáceas e copos-de-leite

simplesmente Enxofrizaram-se
todas, de empós alguns generais
açambarcarem Jumências, cerzidas à mão 
por zé-pilintra Safardancanhotêncio______

eu disse a Jó - meu companheiro e Cumpadre -
que a Maravalha tava só nos Comêço.

Soneto-Estudo,III(Soneto, n. 184)

Sentado à beira do mundo, onde
antiuniversos afiam garras Tantálicas
no poxoréu do horizonte: desvejo estrelas
e terraços sobre andaraimes de

Esfíngices, porque de há-Muito
não se ouve banzo de flauta
no prédio menezes côrtes:
são perestrêndulos recém-cuspidos

dispois que o Anjo abriu o fundilho
do Abismo, e monstrerêncios -
os Quatro - saltaram fora,
os galos todos parem xerém parem Crime______

e dona Misemiséria anda às Tontas
se escangalhando em Rizências.

Soneto-Estudo, II(Soneto n. 183, para Catarina Rosa Muirin, e pra Gabriela)

Já não direi Passarinho.
Interrogando eles céus
que marcham sob o escabelo
de Apolo vi gaiolas em bronze

acochambrando futuros, que de paúra
corriam, enquanto ao léu Calibrino
a marra de minotauros ferozes
mandava às favas o busto da Esfinge_______

ao mesmo tempo em pradejantes Esferas
quinze meninas dançam,
nuas sem nem Saberem(meu lado esquerdo
anda plantando zebus)_______

interroguei eles céus:
já não direi Passarinho.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Soneto-Estudo(n. 182, para Danielle Ronald de Carvalho)

A manhã suspende flores no teu colo,
cantam flautas lá fora
embaixo de cortinas Azuis. Nasceste 
há poucos minutos,  após teriodontes

fecharem a porta dos tempos. Estavam lá, 
no marco dos horizontes os Primeiros Três 
desde então planejando a queda de Tróia.
Por causa dos peixes migradores todos falam

de ti: sonhos caem na cabeça do homem 
com todas as formas Acesas. Soletro as nuvens:
pássaros ajuntam conchas pra eu mais tarde
te dar, junto das primeiras estrelas______

céus e terras se abraçam
enquanto Juntos construímos Pirâmides.

Soneto, n. 181(Para Danielle Ronald de Carvalho)

O raio do sol à tarde
me fala de primaveras 
arvoriscentes, e vejo um céu 
de nuvens andando juntas

em bicicletas, meninada solta
num prado azúleo por Tudo.
Imaginências de ver um desses meninos
empinar o arco-íris como um papagaio______

depois os pássaros virão beber
neste sol da tarde, o velho Ferges
desloca a serra do mar com os olhos, 
enquanto ipês dão-se as Mãos:

deixa crescer a Semente
que Deus plantou na tu'alma.

sábado, 23 de abril de 2016

Soneto, n. 180(À memória dele Oscar Niemeyer. Para a amiga-poeta Nydia Bonetti)

Pranchetas
suam sanguês de concreto: rasgo de nuvem
chuviscando curvas, onde se tocam
o princípio e o fim______

quês de carnália a sugerir mulherio
e curvaranças até então nunca Vistas
no mundaréu masgaiado
em mesmerices caducas.

Na areia dela praia
Oscar rabisca futuros na Magiscência
do traço:
sombras levando corpos pela mão______  

e mais de pássaros, fontes e flautas, onde
fim e princípio movem juntos a Tarde.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Vinte e um barra quatro, com Istrambote incluído(Soneto, n. 179, à memória de Tancredo Neves. Para Gabriela)

A morte do Tancredo foi Isto:
pra riba de mim-Minino
um viramão de Tragédia
nos zóio e couro do povo.

Meu pai banzava fumaça
nas ventas maxacali
inquanto gritava "Ossanha!!" - pra vida
e pra televisão Indiferente _______

dava medo meu pai nessas horas,
inté o canhoto Incardido pensava bem
antes de chegar perto dele - assucedeu
num Tiradentes que nem de-Hoje______

mas o que vi ser desespero sem Volta:
aguançália nas Janelas de minha mãe. 

"ISTRAMBOTE"

Quando Tancredo morreu eu vi também 
um cabrunco magriço de cabeça branca dizer
que não ia chamá-lo "Excelência " naquele momento.
Minha mãe falou que ele era poeta.

Blonque boblonque(Soneto, n. 178. Pro Guilherme Gonçalves, e Yasmin Nigri)

U'a vez meus olhos entraram dentro
do livro Fazenda Modelo,
primeiro arroubo do Chico no terreirão
onde ele inda não cantara de galo.

O livro era de minha mãe, Professorosa
e sofrente como toda mulher de três cabeças -
com dois bacúrios, pra aleitarar e vestir.
Me alembro do ano, Oitenta______

primeiro níver do general Cavalo
na presidência dela república. 
Me alembro também 
porque o livro me ficou na cabeça______

todo mundo era boi, quando andavam faziam
blonque blonque boblonque - barulho mais Engraçado!! 

domingo, 17 de abril de 2016

PalavrejanDois(Soneto, nº 177, variação sobre o soneto anterior)

A torre odara do Tempo
era alabê de Narciso  -  montada que foi
no dorso de elefante Imenso,
cunhã de Mar em tangência______

exílio insone do bardo e seus flautins
magiciorontes no bojo delas Infâncias,
agora ipês-Descalcínios
chicoteados por setenta Bodes:

que as flores, mortas faz-Muito
vão desdizendo quizombas,
homens são bois de Pedra
de nem Prometeu dar Ajêito______

e nem tambem Padim Ciço
lá nos juazérios do Crato.



Palavrejando(Soneto, nº 176. Pro Hugo Stutz)

A torre odara do templo
fôra* alabê de narciso,
assim cunhã ziguizira:
mar inteiro em Tangência.

Alhambra após, tangida
por são Segovia, elixirama
e dez peneiras de 'panhar saci,
mais credincruzes rezados

com garrafões de Pingácia arrepanhada
goelerência Abaixo: rabisco
chamado à frente do calendário,
chuvisco-Ilê, mês de maio______

narciso em Des-alabê que nem que nem
joão gostoso nos fundéus da Lagoa**.

(*Acentuado propositalmente para evitar pronúncia diferente da pretendida por mim)
(**Ver "Poema tirado de uma notícia de jornal", de Manuel Bandeira)

sábado, 16 de abril de 2016

Primeira flagelação de São Mármaro(Soneto, n. 175. À memória de Mário de Sá-Carneiro, e para Catarina Rosa Muirin)

Nas fombras miguilintinas
onde elas cangas dos ventos produzem
mais Enforcados, sinto uns cochilos de Cova -
salmódias, ver incelênças mais Rente:

retalhos de rezas chãs sonorizadas por
lombrigões e defuntos, bocas sem Árvores,
botárcias que alta noite mombaçam vergas
mostrando todas as portas dos fundos

pra Mim que mais cangalho nos trens
rumando pra birkenaus e treblinkas,
mortalhas plenas de meus eus Roncolhos,
que jamais dormem nos sapés Jacintos_______

miguilintinas as fombras, onde mais Sinto
uns maus cochilos de meus sete palmos.

sábado, 9 de abril de 2016

Soneto, n. 174(Para Carolina Turboli, e pra minha irmã Débora Nascimento)

Poema dorme. Em mim - Dentrância -
estátua Inerte na pedra. Entonces
celacantícios sobem dos porões do oceano,
esterco novo a esporreirar-se na terra______

daí centauros revestidos em Êxtase,
meninodontes à volta do antigo Coreto
laralalando como se novamente
fosse ele abril de novecentos e vinte

de-Novo na gentarada: quando olhos plenos de Alma
vestiam pés ungidos com Asas
e os homens sentiam nos ombros
apenas o peso dos próprios ternos_____

poema: agora Encandesce, não mais dentrância:
estátua Nua dos cordéis da pedra.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Noite envolve...(Soneto, n. 173. Pra querida Sarah Valle, e pro Alexandre Guarnieri)

A nave antiga
parece uma ave Insubsistente
na tarde que a noite envolve.
Nave tardia - planeta acachapante 

em gotárdeas garras de ferro escancaradas 
nas bocas outrora amantes dos pássaros, 
e da palavra "música" - dialeto dos anjos,
ogãs-Cubistas do Eterno.

As velas juntas de tão frágeis naus
inda acreditam nos ternos que vestem
e no bafo dos automóveis 
acochambrando as artérias da Urbe_______

aves-Aquiles de maus calcanhares
morrentes à tarde que a noite Envolve.