domingo, 12 de abril de 2015

Açougue Ceuta, 1920 (Ou recordança de um Rio de Janeiro beeeem mais Partido. Soneto, nº 128)

À porta do açougue Ceuta, mem de sá 38.
Acém tá caro, e roncôlho.*
E, mesmo bão, Mi-rim-bi-co*____
pra a maior parte das bocas.

Falar no mosqueiro é fácil,
são tantas e Zunzurantes
que a gente lembra o ditado:
fecha a matraca, Senããão...

Dispois mais tarde cresce a noite por Tudo.
Açogue fecha, o português
leva os bigodes, as chaves.
Leva um tanto das moscas.

A carne fica lá dentro, num Lonjurê Cafajeste
da maior parte das bocas.

(Mirimbico: mais do que impossível, segundo São Mármaro)
(Roncôlho: gíria baiana, depreciativa, significa um sujeito que nasceu com um ovo só
no saco)

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