sábado, 7 de fevereiro de 2015

Soneto, n° 102

Cidade dos homens,
o calendário vestido
em quarta-feira de Cinzas
na esquina do hospital da Posse.

Olho as pessoas, bem Dentro: castelos feitos
em Pó, leões sem asas nem jubas,
num Desbordó conduzido
pelo dragão da Maldade.

Quando anoitece conto as estrelas,
faltam várias ao trabalho.
Demônios grandes se escondem
atrás de nuvens de Bronze____

e os trens retornam para os subúrbios
levando quem não se acaba de Morrer.

(Imagem: sem título, de Jorge Guinle, 1984)


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