segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Poslúdio (Soneto Inglês,nº 57. Pra minha irmã Laura Pires, em seu aniversário)

Mundo, por tuas praças retintas passam mercês
vestidas em quarta-feira, seguindo um Luto
após a morte das flores. Desandam pontes
sobre céus já saturados pelos edifícios.

Segue apagada a lamparina do Encanto

nos anjos mortos desde o grande Crepúsculo
já tênue nos baroléus da Memória, onde
repousa Emaús em velha estrada Emboaba.

Coelhos dançam num sânscrito o calabouço

de cinco taças, Caronte espreita detrás
de espelhos presos nos olhos, túneis mais Nunca
dando canções da Manhã, sem mares

intermináveis um Dia. Águias recolhem os homens

das horas Findas, a Virgem apaga as últimas árvores.

(Imagem: Composição surrealista, de Ismael Nery)

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