terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Invernescência (Soneto Inglês, n° 81. Desentranhado a partir de original de Catarina Rosa Muirin)

Onde tua pele  Começava eu via
a vilania dos homens e a Cor dos incêndios:
sangue que arruína os espelhos e o estreito
das Insônias, sombra que o mar Detém.

Eu via o errar dos gatos  sobre o sono
carregados de estrelas em Noite  na tua voz,
via o silêncio encostar-se às janelas
e fora uns  últimos  rabiscos  de lua,

como se Mundo fosse algo fácil  e que
não vimos fugir por entre os dedos
não mais acháveis  no geometrismo do outro,
e nunca mais oboés cantaram nossas manhãs____

que os pés enormes do Inverno: são Casa
onde tua pele não mais me fala de Abrigo...
(Imagem: Maturação, de Diego Rivera)

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