segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Cântico de Antares (Versão soneto, nº 122. Pro Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Então que ainda me Existo
sob essências de pedra. Aquela nuvem distante,
os corvos em Tel-Amarna,
trigo nos estômagos do homem.

Cinquenta e seis dias fui Balaão no deserto,
eram de areia as palavras.
Primeiros deuses foram estátuas de Sal,
sob crepúsculos ainda jovens

do grande Eufrates. Houve tardes, manhãs.
Inda me Existo defronte aos Áquilas de ferro.
Areias presas em relógios
me lembram pássaros-Bronze_____

devo Existir até que o Sopro dos Três
complete o Livro dos Dias.                                      (Imagem: Salvador Dalí, Enigma Sem Fim, 1938)

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